2017-01-11 17:49:47
Falta de remédios importantes, prateleiras de remédios vazias, previsão vaga ou ausente para reposição e insegurança de funcionários. Este é o retrato atual das diversas unidades das farmácias Big Ben, rede que tem mais de 250 estabelecimentos no Norte e no Nordeste do Brasil.
A reportagem do LeiaJá visitou unidades em vários bairros de zonas diferentes do Recife. Em todas, a situação é semelhante. Uma lista de remédios importantes ou mais vendidos está em falta em todas as farmácias – ou estão disponíveis apenas em algumas poucas dosagens. É o caso da Neosaldina, Neosoro, Losartana e Rivotril.
A suspeita é que a situação da Big Ben esteja relacionada ao processo de venda da marca. As negociações foram divulgadas na revista Valor em junho deste ano. Na época, estava prevista a aquisição da empresa nos dias subsequentes pela Extrafarma, do grupo Ultra. Em novembro, uma nova nota dizia que o grupo continua de olho no mercado farmacêutico e poderia levar a rede Big Ben, da Brasil Pharma.
A situação não é exclusiva de Pernambuco. No Pará, de onde a empresa é originária, as dezenas de farmácias estão com prateleiras vazias e sem reposição do estoque. Os funcionários também não sabem informar o que vai ocorrer.
O abandono é possível ser observado mesmo na capital Belém, onde a marca chegou a patrocinar o Remo e o Paysandu, maiores times de futebol do Estado, incentivou atividades turísticas e culturais, distribuiu verbas publicitárias em diversas plataformas.
Isso colocou a família Aguilera, fundadora da rede, entre as mais conhecidas e ricas do Estado. O crescimento na cidade chegou a ser tanto que a empresa virou uma espécie de pequeno shopping center, com venda de produtos diversos e praça de alimentação.
A reportagem tentou contato com a assessoria da Big Ben, mas até para isso encontrou dificuldade. A Scritta Comunicação, que faz a assessoria da Brasil Pharma, disse que não trabalha mais com a Big Ben. A nova assessoria, que disse trabalhar isoladamente com a Big Ben e não com um grupo, estava com a assessora responsável em recesso. O LeiaJá também tentou contato com Roger Aguilera, filho do fundador e que já esteve envolvido com o marketing da rede, mas ele não atendeu aos telefonemas.
Com colaboração de Antônio Carlos, do LeiaJá Pará