2017-03-06 12:48:02
O plano do prefeito João Doria (PSDB) de fechar farmácias em postos de saúde para distribuir medicamentos na rede particular terá como obstáculo a disposição irregular das drogarias privadas pela capital paulista.
Se o problema não for superado, o programa pode deixar moradores de áreas da periferia mais distantes dos medicamentos.
A ideia do tucano, anunciada no fim de janeiro, é que o paciente pegue a receita em uma UBS (Unidade Básica de Saúde) e, em vez de retirar ali mesmo o remédio, vá a uma farmácia privada, que será remunerada pelo município.
O objetivo, diz, é evitar a falta de remédio em decorrência de dificuldades logísticas e problemas de licitação.
Resposta 1
O secretário municipal da Saúde, Wilson Pollara, diz que o novo modelo de distribuição de remédios não prejudicará moradores de nenhuma área da cidade.
Segundo ele, a gestão João Doria (PSDB) quer contar com todas as farmácias da cidade.
“Quando o paciente receber a prescrição, vão perguntar a ele para onde enviar a receita, e ele vai buscar e pode escolher até mesmo a marca.”
Segundo ele, o formato do programa está sendo desenhado e o sistema só deve entrar em operação a partir do semestre que vem.
Para ele, a atual rede de farmácias da cidade tem capilaridade suficiente.
Caso alguma região fique sem drogaria próxima, afirma, a farmácia da UBS pode ser mantida.
Unidades da prefeitura também continuarão a dispensar medicamentos que não são facilmente achados em drogarias, como alguns para hanseníase e para tuberculose.
Pollara culpa a gestão Fernando Haddad (PT) pela falta de remédios.
“A partir de setembro de 2016, as compras de medicamentos e suprimentos foram reduzidas drasticamente -e limitadas a 10% do que era necessário para atender à população”, disse, em nota, a secretaria.
A pasta diz que em janeiro foi retomado o processo de compra.
A gestão Doria também anunciou acordo para receber doações de medicamentos por laboratórios privados.
Sobre os casos dos pacientes citados, diz que o anti-inflamatório foi disponibilizado e que o besilato de anlodipino deverá estar disponível nos próximos dias.
Resposta 2
Em nota, a gestão Fernando Haddad (PT) citou problemas com fornecedores e com o Estado, e disse que, devido à crise econômica, houve aumento de 30% na procura por medicamentos na rede no ano passado.
“O número maior de usuários exigiu um aumento nas encomendas junto aos fornecedores, encontrando a dificuldade do setor privado em entregar a demanda e a restrição orçamentária do não repasse do governo do Estado para aquisição de remédios, que já tem uma dívida acumulada de R$ 120 milhões com o município desde 2012″, diz a nota.
A Secretaria da Saúde da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), disse “lamentar” que a gestão petista responsabilize o Estado “por sua falta de gestão e planejamento no que compete-se à aquisição de medicamentos”.
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