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81% dos brasileiros já tomaram remédio contra dor de cabeça sem orientação médica

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2017-05-31 13:30:08

 

Secretária em um escritório de contabilidade em Ribeirão Preto (SP), Ana Cláudia Palaço conta que sofre com dores de cabeça diárias por 12 anos e fez vários tratamentos, o último deles já dura seis meses. Ela admite, no entanto, que já se automedicou muitas vezes.

“Eu pegava qualquer tipo de medicamento, o que me dava eu tomava. Só que eu não posso mais tomar analgésico porque a dor não passa. Então, tem que fazer o tratamento contínuo mesmo com um neurologista”, afirma.

A história de Ana Cláudia não é exceção. Uma pesquisa realizada pela Academia Brasileira de Neurologia (ABN) com 2,3 mil pessoas apontou que 81% delas já tomaram algum tipo de medicação para dor de cabeça sem a orientação de um médico.

Ainda segundo o estudo – realizado a partir de um questionário estruturado disponibilizado pela internet –, 58% dos que sofrem com dor de cabeça indicam analgésicos para outros pacientes, e 50% afirmaram que aceitam as indicações.

“Isso pode levar ao uso excessivo de analgésicos e, em vez de melhorar a dor, aumentar a frequência e a intensidade, ou seja, está complicando um problema, cria um ciclo de dependência dessas drogas”, diz o neurologista Marcelo Cicciarelli, coordenador da pesquisa.

Cicciarelli explica que há dois tipos de cefaleia: a primária, que é a enxaqueca em si e pode ter origem tensional, e a secundária, quando a dor é sintoma de outra doença potencialmente mais grave, como sinusite, meningite e derrame cerebral.

“Ter dor de cabeça não é normal. A dor por si só é um aviso de que alguma coisa no nosso organismo não vai bem, precisa ser tratado e ser prevenido. Então, toda vez que sentir uma dor, é preciso encarar isso como um problema”, afirma.

A enxaqueca também pode ser episódica ou crônica – nesse caso quando o paciente tem três ou mais crises por mês, por um período de até três meses seguidos. Entre os entrevistados, 49,4% pertencem ao primeiro grupo e 50,5% ao segundo.

“Os pacientes que sofrem com enxaqueca crônica, ou seja, mais do que 15 dias de dor por mês, estão menos empregadas do que aquelas com enxaqueca episódica. Isso mostra o impacto que a dor tem na vida das pessoas”, explica Cicciarelli.

Ainda de acordo com o levantamento feito pela ABN, 74% das pessoas que sofrem com enxaqueca crônica afirmaram que tomam medicamentos além do recomendado. Entre os que sentem dor de cabeça episódica, o abuso de analgésicos é de 36%.

“Quando a dor começa a impactar na sua qualidade de vida, quando a dor é uma dor que você nunca teve, ou é a pior que já teve na vida, nesses casos deve procurar um médico imediatamente”, conclui o neurologista.