2017-07-26 13:00:08
Estratégia tem potencial para substituir medicação oral diária. Estudos foram feitos em cinco países diferentes e publicado no “Lancet”.
Uma injeção de longa duração contra o vírus HIV pode ser o que faltava para garantir uma maior adesão ao tratamento da Aids. Isso porque tomar apenas uma injeção por mês é mais simples que a ingestão diária de medicamentos — como é o tratamento anti-HIV hoje.
Os estudos que comprovam a eficácia da estratégia estão sendo apresentados em conferência internacional de Aids que ocorre essa semana em Paris. Na mesma conferência, foi apresentado caso de criança que se viu livre do HIV por 8 anos após interromper o tratamento.
Resultados parciais de estudo clínico que demonstraram a eficácia da terapia foram publicados nesta segunda-feira (24) no ”Lancet”. Os ensaios clínicos foram feitos em 5 países diferentes: Canadá, França, Alemanha, Espanha e Estados Unidos.
A droga, que é a combinação de outras duas (cabotegravir e rilpivirine), pode ser injetada uma vez por mês ou a cada oito semanas.
Estudos demonstraram eficácia
Na primeira fase do estudo publicado no “Lancet”, 309 pacientes receberam medicação oral todos os dias por 20 semanas. Já na segunda parte, 286 indivíduos foram divididos em três grupos, com o seguinte formato:
- Grupo 1 – 115 pacientes tomaram injeção a cada 4 semanas;
- Grupo 2 – 115 indivíduos receberam injeção a cada 8 semanas;
- Grupo 3 – 56 pacientes continuaram a receber medicação oral.
Após 96 semanas de terapia, cientistas demonstraram que tanto as injeções de 4 semanas, como as de 8, foram suficientes para conter a replicação do vírus tanto quanto as medicações orais.
Os tratamentos mantiveram a supressão viral do HIV em 87% dos pacientes (grupo 1), 94% (grupo 2) e 84% (grupo 3). Os achados são consistentes com outros estudos que analisaram troca entre medicações orais.
Ainda, os resultados demonstram que a injeção foi bem tolerada, com dores musculares sendo registradas em alguns pacientes.
“A alta satisfação reportada indica que a estratégia pode ser uma alternativa à medicação diária”, escreveram os autores. “A tolerabilidade e aceitabilidade é um elemento importante para tratamentos a longo prazo.”