2018-01-09 11:00:08
A vacina fracionada de febre amarela deverá ter um selo diferenciado. Ele é necessário para que no futuro seja definido o período em que a pessoa deva receber uma dose de reforço. Feita com um décimo do conteúdo da vacina integral, a fracionada oferece o mesmo grau de proteção. A diferença, no entanto, é a duração dessa proteção. A estimativa é de que com a vacina fracionada pessoas fiquem protegidas contra o vírus da febre amarela durante nove anos. A vacina integral, por sua vez, oferece proteção pela vida toda. Pessoas que receberam a vacina integral não precisam de reforço.
Quando a vacina fracionada começou a ser usada, em Angola, a estimativa era a de que ela oferecesse proteção contra a doença por um ano. Estudos apresentados no ano passado na Comissão de Imunização, no entanto, mostraram que pessoas que receberam doses fracionadas de vacina contra febre amarela produzidas por Biomanguinhos mantiveram-se protegidas até nove anos depois da aplicação. “Pode ser que esse tempo seja até maior. Novos acompanhamentos desses grupos vão dizer”, afirmou semana passada ao Estado o Coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Saúde de São Paulo, Marcos Boulos. Uma das possíveis explicações para isso é que a vacina de Biomanguinhos apresenta uma concentração de imunogênico bem maior do que o considerado necessário.
A ideia do Ministério da Saúde é acompanhar o grupo que, a partir de fevereiro, começar a receber vacinas fracionadas. Uma das estratégias sugeridas é verificar se há redução de efeitos colaterais provocados pela vacina nessa população. Feita com vírus da Febre Amarela atenuada, a vacina contra a doença pode provocar efeitos colaterais graves. Justamente por isso, ela é contraindicada para determinados grupos, como pessoas com imunidade reduzida provocada por doenças ou medicamentos.