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Brasil aguarda liberação de tratamento de lesões com células-tronco

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2018-02-22 11:00:08

 

Mais simples e rápido, sem risco de rejeição e, principalmente, capaz de oferecer uma recuperação mais veloz após lesões. Esses são os principais benefícios do método conhecido como BMAC (Bone Marrow Aspirated Concentrated, ou concentrado de aspirado de medula óssea, em tradução livre).

A técnica utiliza células-tronco retiradas do próprio paciente para a regeneração de lesões e é largamente utilizada entre atletas nos Estados Unidos e na Europa, mas ainda será regulamentada no Brasil.

“Pode funcionar de duas maneiras: há o PRP, que veio primeiro e utiliza partes do sangue sem células como fator do crescimento. Com o desenvolvimento das pesquisas, chegaram ao BMAC, que utiliza células-tronco do próprio paciente, retiradas da medula óssea, gordura ou mesmo do cordão umbilical. A recuperação ocorre mais rapidamente nesse método”, explica Fernando Techy, médico especializado em Medicina Regenerativa.

Techy atende em uma clínica no Colorado, nos Estados Unidos, onde utiliza o BMAC em atletas e pessoas comuns. Segundo o especialista, o método utiliza apenas uma injeção para lesões mais leves e pode ajudar em casos que necessitam de cirurgia, com as células-tronco sendo colocadas em volta da área operada.

O procedimento dura apenas meia hora e, no mesmo dia, o paciente anda normalmente. É bastante utilizado quando atletas têm problemas no menisco, no ombro, musculares ou em cartilagens. Para pessoas comuns, pode ter bons efeitos em casos de artrose ou como auxílio em cirurgias dentárias.

Um dos clubes que utiliza o método é o Barcelona, cujo médico já chegou a realizar estudos em jogadores do próprio time, com bons resultados. Além disso, o PSG também já testou a técnica. Alguns dos atletas famosos que já passaram pelo tratamento são Cristiano Ronaldo, do Real Madrid, Lugano, ex-jogador e atual dirigente do São Paulo, e Vitor Belfort, lutador do UFC. O BMAC também foi utilizado pelo Santos no tratamento do meia Emiliano Vecchio em 2017.

No Brasil, a técnica será totalmente regulamentada apenas em breve. “Foi totalmente liberada por um tempo, mas a Anvisa e o Conselho Federal de Medicina consideraram que eram necessários mais estudos e deixaram de recomendar o BMAC”, explica Techy.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou comunicado no final do mês de janeiro informando que, em breve, terapias com células humanas serão regulamentadas.

“Os tratamentos com terapias celulares avançadas ainda não estão disponíveis no Brasil pela ausência de regras claras para as empresas produtoras e para as instituições de pesquisa”, reconheceu a agência, que espera investimentos em estudos e desenvolvimento de produtos nacionais com o método.