2018-02-26 11:30:08
Sarampo, Caxumba, Rubéola, Difteria, Tétano e Coqueluche não são doenças frequentemente incidentes nos nossos dias. Médicos formados há pouco tempo muito provavelmente nunca examinaram crianças com um destes diagnósticos. Ainda bem! Isso significa que nossa cobertura vacinal está eficiente e abrangente. Todas estas doenças são prevenidas por vacinas que estão contidas no Calendário Nacional de Imunizações.
A varíola foi a primeira doença erradicada do mundo, graças à vacina. O vírus que a transmite não circula mais. Existe apenas em laboratórios autorizados, ultra específicos, cercados de toda a segurança, para que possam ser utilizados em casos excepcionais. A poliomielite segue firme em seu caminho para erradicação e está quase extinta do planeta. A vacina Sabin teve um papel central e decisivo neste processo.
Conseguimos, aqui no Brasil, uma excelente cobertura vacinal contra o sarampo. Para que se tenha uma ideia, desde 2001 não temos registro de sarampo autóctone, isto é, adquirido dentro de nosso país. Em 2016 a Organização Panamericana de Saúde (OPAS) conferiu ao Brasil o certificado de eliminação do sarampo. Isso é motivo para comemoração.
No entanto, nas últimas semanas, em Roraima, reportou-se o caso de um bebê venezuelano, de 7 meses, que foi diagnosticado com sarampo. Há outras pessoas com suspeita e que ainda estão em investigação. Importante salientar que estes casos foram importados e não adquiridos aqui no Brasil. Imediatamente iniciou-se na região um mutirão de vacinas, para bloquear a transmissão do vírus.
No dia 19 de fevereiro a Organização Mundial de Saúde (OMS) constatou que, de 2016 para 2017, o número de casos de sarampo quadruplicou na Europa. Foram exatos 21315 casos diagnosticados, com 35 óbitos. Muito certamente este aumento do número de casos deveu-se à diminuição da cobertura vacinal.
O sarampo é uma doença de alta contagiosidade e potencialmente grave. Pode evoluir para complicações, principalmente em crianças. A pneumonia causada pelo sarampo não tem tratamento específico. Outra complicação grave é denominada panencefalite esclerosante sub aguda, que frequentemente leva ao óbito.
O sarampo não está de volta no Brasil. No entanto, o vírus do sarampo segue pelo mundo. Não está extinto. Pessoas viajam e transitam por todos os cantos mais remotos. Por isso, mesmo que o sarampo não seja uma doença do cotidiano, comum a muitos, é preciso vacinar. Não se pode descuidar.
As vacinas podem ser consideradas como um dos grandes avanços da ciência. Salvam milhares de vidas e evitam sequelas perenes como a poliomielite, por exemplo. Manter a cobertura vacinal alta é dever de todas as autoridades de saúde e de todos nós, em todas as faixas de idade: crianças, adolescentes, adultos e idosos devem estar com as respectivas vacinas em dia.
Imagem: Vacinas contra sarampo são aplicadas em venezuelanos que vivem em Boa Vista (Roraima) após caso confirmado da doença.