2018-03-10 13:00:08
Pesquisa relacionou exposição à luz solar com chance de desenvolver doença degenerativa. Proteção é maior se exposição ocorreu entre 5 e 15 anos.
Ficar mais exposto ao sol, especificamente aos raios UV-B, pode ajudar na prevenção da esclerose múltipla mais tarde, diz estudo publicado na “Neurology”, publicação da Academia Americana de Neurologia.
Segundo a pesquisa, pessoas que vivem em regiões muito ensolaradas tiveram 45% menos chance de desenvolver a doença.
Se houve uma alta exposição pessoal especificamente entre os 5 e 15 anos, e maior tempo ao ar livre, o risco pode ser reduzido em até 55%.
Para chegar à conclusão, pesquisadores selecionaram 151 mulheres com esclerose múltipla e 235 sem a doença. As idades eram similares: em torno de 40 anos e as participantes viviam em diferentes regiões dos Estados Unidos.
Primeiro, participantes preencheram questionários sobre o verão e sobre o inverno de onde moraram. Elas também relataram a exposição pessoal ao sol.
As mulheres foram divididas em três grupos: exposição solar alta, moderada e baixa. Foram consideradas a latitude e longitude de onde vivem, bem como a duração de raios solares no verão e no inverno.
Com os dados, os cientistas chegaram às seguintes conclusões:
- Indivíduos que vivem em climas mais ensolarados tiveram 45% menos chance de desenvolver esclerose múltipla, em comparação com aqueles que viviam em climas menos ensolarados;
- Em relação à idade, se a exposição ao sol foi intensa entre 5 e 15 anos, o risco de esclerose múltipla era reduzido em 51%;
- Pessoas que passaram mais tempo ao ar livre no verão, com idades entre 5 e 15, tiveram o risco reduzido em 55%;
- Participantes que desenvolveram esclerose múltipla também tomaram menos sol na vida adulta, tanto no inverno, quanto no verão.
“Nós descobrimos que onde uma pessoa vive e as idades em que estão expostas aos raios UV-B do sol podem desempenhar papéis importantes na redução do risco da doença”, explica Helen Tremllet, pesquisadora na Universidade de Columbia Britânica e autora do estudo, em nota.
Outros estudos já associaram níveis mais baixos de vitamina D (adquirida na exposição ao sol) a um risco aumentado para a esclerose múltipla.
O que o estudo da Universidade de Columbia Britânica (Canadá) fez foi olhar a exposição ao sol ao longo da vida de uma pessoa e estudar outras variáveis, como a idade em que a pessoa se expôs a luz solar.
Uma limitação do estudo foi que a exposição ao sol foi auto-relatada por meio de questionário. Por outro lado, a exposição aos raios UV-B foi medida pelo local de residência, o que traz mais acuidade ao estudo (já que o dado não depende da memória do participante).
No vídeo abaixo, confira mais informações sobre a exposição ao sol, o tempo necessário, o melhor horário e o uso do filtro solar.