2018-04-18 11:00:08
‘Forma farmacêutica’ são manipuladas de acordo com a preferência do animal e é feito sob medida; em Montes Claros empresa aposta na novidade.
Mudança de comportamento, falta de apetite e aparência triste podem ser sinais de que a saúde do pet não vai bem. Mas, junto com a descoberta, vem o sufoco: eles não querem tomar os remédios receitados pelo veterinário. E agora? A solução pode ser encontrada na chamada ‘forma farmacêutica’, que são alternativas para driblar essa resistência. Entre os produtos estão os biscoitos, cápsulas, xaropes e pastas com sabores tradicionais de carne e frutas.
Carne de frango é um dos sabores preferidos da poodle Handy, de 15 anos, que tem problemas no coração e pulmão. A tutora Lilian Santos encontrou nos remédios manipulados uma saída para acabar com a ‘cara feia’ na hora de medicar a Handy. Para ela, a facilidade adquirida após inserir essa forma farmacêutica na rotina da poodle é significativa, pois faz a associação de vários ativos em uma mesma fórmula.
“Eu uso o remédio em forma de biscoito e isso ajuda demais na hora de medicá-la. Antes era uma dificuldade, eu colocava o remédio escondido na comida e ela só comia o alimento e deixava o remédio. Além disso, é interessante que por Handy ser idosa, é feito um biscoito mais macio, que facilita a ingestão. Eu trato de duas doenças com um único produto”, diz.
As vantagens destacadas por Lilian também são pontuadas pelo Diogo Fonseca, farmacêutico que trabalha na manipulação de medicamentos especiais para os pets. De acordo com ele, além de ajudar na administração do remédio, este tipo de produto é feito sob medida. “Conseguimos fazer a personalização do medicamento. Isso leva em conta o sabor preferido do animal, a melhor forma e a quantidade ideal de acordo com o peso e a doença tratada. Todos esses fatores auxiliam na aceitação e diminui o estresse do animal”, comenta Diogo.
Crescimento do mercado
Clara Mota é proprietária de uma franquia em Montes Claros especializada na produção de medicamentos para animais e diz que os produtos especiais têm tido boa aceitação por parte dos norte-mineiros. “A demanda cresce a cada ano. Observamos o aumento da procura de 50% em 2017. Embora a produção esbarre numa questão do cenário sócio-econômico na região, apostamos na melhora do investimento dos tutores para este ano”, comenta.
A empresária ainda ressalta que grande parte desse crescimento está ligado ao fato de que muitos princípios dos remédios manipulados têm custo-benefício baixo, o que garante a economia em 30% se comparado aos produtos industrializados.
Ao observar a demanda, o farmacêutico Diogo Fonseca constatou que um dos produtos mais solicitado são os responsáveis pelo combate da leishmaniose. “É uma doença endêmica na cidade, por isso os tutores tem ficado preocupados e buscam alternativas mais eficazes de tratamento”, finaliza.