2018-06-18 11:00:08
Reportagem da TV TEM esteve em seis farmácias de Boituva (SP) e encontrou a diferença nos preços dos medicamentos. Segundo o Procon, drogarias devem seguir o preço estabelecido pela Anvisa.
Pacientes que dependem de remédios de uso contínuo reclamam da diferença do preço do mesmo medicamento em diferentes farmácias. Em Boituva (SP), por exemplo, uma pesquisa realizada pela TV TEM em seis farmácias da cidade apontou uma diferença de quase 500% no preço do mesmo remédio em drogarias diferentes.
A pesquisa também mostrou que a a maior variação no preço é na cartela de dipirona com 30 comprimidos. O medicamento mais barato foi encontrado por R$ 4,70 e o mais caro R$ 27,15, uma variação de quase R$ 500%.
O mesmo aconteceu com o paracetamol de 750mg com 20 comprimidos, também usado para o alívio de dores e febre. O preço do medicamento varia de R$ 6,60 até R$ 24,93, quase R$ 300% de diferença.
De acordo com a responsável pelo Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) de Boituva, Sidneia Cerqueira, não houve registro de reclamação de cobranças abusivas na compra de medicamentos.
Ainda segundo Sidneia, os preços praticados e promoções ficam por conta de cada loja. No entanto, elas devem seguir um limite estabelecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Existe um tabelamento da Anvisa que é disponibilizado nas farmácias para que o consumidor verifique se o estabelecimento segue os preços conforme o órgão. Esse documento deve conter o preço mínimo e o máximo de cada medicamento. Inclusive se ele não estiver acesso visível no local, ele pode ser pedido pelo consumidor”, explica.
Então, para conseguir o melhor preço é necessário fazer uma pesquisa antes de comprar o medicamento. Foi dessa maneira que o aposentado José Estevam conseguiu uma economia de R$ 35.
“Primeiro fui a uma drogaria onde já tinha o cadastro como aposentado que oferece um desconto na compra de medicamentos, mas eu achei o preço deles muito abusivo. Por isso procurei outra farmácia e encontrei os medicamentos com um preço melhor. Colocando na ponta do lápis, foi uma diferença de R$ 35”, conta.
Segundo o farmacêutico Fabiano Gianotti, uma das alternativas para economizar é fazer a manipulação de remédios. Ele explica que o efeito de remédios manipulados é o mesmo que o industrializado, já que a formulação dos princípios ativos é a mesma. No entanto, é necessário acompanhamento médico para isso.
“A diferença no preço dos médicos manipulados chega, às vezes, mais de 50%. Porém, a troca do medicamento só deve ocorrer quando houver uma autorização da parte do médico ou com acompanhamento de um farmacêutico”, orienta.
Farmácia popular
De acordo com a coordenadora de assistência farmacêutica de Itapetininga, Eliane Maria Leite, alguns medicamentos podem ser adquiridos de maneira gratuita por meio da “Farmácia Popular”, um programa do Ministério de Saúde.
“Pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), que passam por consultas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) ou no pronto-socorro, têm acesso a medicamentos de graça. Os medicamentos podem ser retirados direto na UBS que ele for credenciado, com a carteirinha do SUS e com a receita médica”, explica.
Além disso, Eliane explica que alguns medicamentos podem ser retirados em farmácias credenciadas ao projeto.
“Alguns medicamentos, como o de hipertensão, diabetes e asma, também podem ser retirados em drogarias credenciadas no programa pelo projeto ‘Aqui tem Farmácia Popular’. Neste caso basta levar a receita médica e um documento com foto”, conta.