2018-07-13 18:00:08
Indicadores de maio mostram que a paralisação afetou todos os setores da economia e que a confiança de empresários e consumidores foi abalada.
O desempenho dos serviços em maio mostra um dos principais danos na economia causados pela greve dos caminhoneiros. O setor, que tem peso importante na composição do Produto Interno Bruto (PIB), caiu 3,8% no mês da paralisação. Economistas e o próprio governo já esperam menor crescimento do PIB no ano e retomada mais difícil.
A divulgação do índice do setor de serviços, nesta sexta-feira (13), fecha a recente safra de dados sobre o real impacto da paralisação. O conjunto revela que nenhum setor foi poupado e que a confiança de empresários e consumidores ficou abalada. Em maio, a produção industrial despencou 10,9% e as vendas no comércio recuaram 0,6%.
A greve durou 11 dias, entre 21 e 31 de maio. Os caminhoneiros bloquearam estradas e impediram a circulação até de itens essenciais, como alimentos, gás de cozinha e combustíveis. Serviços básicos, como transportes públicos, foram prejudicados. A principal reivindicação da categoria era a redução do preço do diesel, que foi atendida pelo governo federal.
O impacto da greve na economia ficará mais claro com os números de junho, porque será possível medir se as perdas de maio com a paralisação foram totalmente ou parcialmente recuperadas. Por ora, os indicadores antecedentes do mês passado, em especial os de confiança, mostram que nem todo o estrago vai ser compensado.
Diante de todo esse quadro, as projeções do crescimento do PIB de 2018 estão mais próximas de 1,5%. No início do ano, chegavam a 3%.
Veja abaixo os efeitos da greve:
Serviços tem queda intensa
O setor de serviços recuou 3,8% em maio na comparação com abril. Foi o resultado negativo mais intenso da série histórica, iniciada em janeiro de 2011.
O setor de serviços representa 70% da composição do PIB.
Houve recuo nas cinco atividades investigadas, com destaque para transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, que apontou a retração mais intensa (-9,5%) da série histórica iniciada em janeiro de 2011.
Indústria desaba
Em maio, a indústria brasileira recuou 10,9% no mês na comparação com abril. Foi a maior queda do setor desde dezembro de 2008, quando a crise internacional prejudicou a indústria e derrubou a produção em 11,2%. O mês de maio mostrou também o segundo pior resultado da série histórica iniciada em 2002.