2018-08-19 11:00:08
Resultados da pesquisa publicados na revista médica ‘The Lancet’ colocam em dúvida a moda das dietas ‘paleolíticas.’
s pessoas de meia-idade que obtêm quase metade de suas calorias diárias dos carboidratos vivem vários anos a mais em média do que aquelas que seguem dietas com muita carne e pouco carboidrato, de acordo com um estudo publicado nesta sexta-feira.
Os resultados da pesquisa, publicada na revista médica The Lancet, colocam em dúvida a moda das dietas “paleo”, uma tendência na Europa e na América do Norte, que que evitam os carboidratos em benefício das proteínas e gorduras animais.
Os defensores das “dietas paleolíticas” alegam que a mudança rápida, há 10.000 anos com o surgimento da agricultura, dos grãos, dos laticínios e dos legumes, não deu tempo suficiente ao corpo humano para adaptar-se a estes alimentos ricos em carboidratos.
O estudo considera uma alimentação com poucos carboidratos aquela na qual estes proporcionam menos de 40% do total de energia, embora muitas dietas deste tipo diminuam esta proporção a 20% ou menos.
No lado oposto, um percentual igual ou superior a 70% de energia procedente dos carboidratos – massa, arroz, entre outras – também pode reduzir a longevidade, mas de maneira menos intensa, de acordo com os cientistas.
“As dietas com poucos carboidratos que os substituem por proteínas ou gorduras são cada vez mais populares como estratégia saudável ou de perda de peso”, destaca a coordenadora do estudo, Sara Seidelmann, pesquisadora no Brigham and Women’s Hospital de Boston.
“Nossos dados, no entanto, sugerem, que uma dieta baseada nos produtos animais e baixa em carboidratos pode estar associada a uma expectativa de vida menor e não deveria ser incentivada”, explica.
Seidelmann e outros cientistas examinaram os históricos médicos de 15.500 pessoas com idades entre 45 e 64 anos quando iniciaram uma pesquisa sobre saúde – entre 1987 e 1989 – em quatro pontos diferentes dos Estados Unidos.
Os participantes responderam questionários detalhados sobre seus hábitos alimentares. Ao longo de 25 anos, mais 6.000 deles faleceram.