2018-08-20 15:00:08
Pesquisa mostra que usar menos produto do que o recomendado pode reduzir pela metade a ação desejada
Pesquisadores da King’s College London constataram que a eficácia ou não do filtro solar depende basicamente da maneira como o produto é aplicado. Os cientistas já sabiam que as pessoas não estão totalmente protegidas da radiação solar por comumente usarem uma camada de protetor mais fina do que os fabricantes recomendam.
Mas o estudo mostrou que, quando aplicado como normalmente as pessoas fazem, um filtro solar de fator 50, por exemplo, ofereceria, no máximo, 40% da proteção desejada. Os resultados foram publicados no periódico científico Acta Dermato-Venereology.
Diante do resultado, os pesquisadores sugeriram que as pessoas passem a usar um fator de proteção muito maior do que pensam ser necessário para, assim, garantir que estejam protegidos dos problemas causados pela exposição solar.
Autor da pesquisa, o professor Antony Young disse, em texto divulgado pela universidade a respeito do estudo, que “não há dúvidas de que o filtro solar fornece uma proteção importante contra o câncer, causando um impacto nos raios ultravioletas. Porém, o que a pesquisa mostra é que a maneira como o protetor solar é aplicado desempenha um papel importante para determinar quão eficaz ele é”.
“Como estamos falando de seres humanos, e não máquinas, qualquer 1% a mais vale a pena”, acredita o dermatologista Murilo Drummond, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Ele aprova e também recomenda a proteção solar com fator acima de 50. “Não é verdade que, acima de FPS 15, é tudo igual. Com certeza 60 é maior do que 15. Então, eu sempre acho que um filtro 50 é bom porque ele protege mais, e se a pessoa esquecer de passar em alguma região, a proteção solar mais alta acaba compensando essa falha na aplicação”, explica.
Os movimentos certos aumentam a proteção
Para Murilo, a forma de aplicação realmente tem influência na proteção alcançada. “Deve-se obedecer as quantidades já estabelecidas pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, de uma colher (chá) para o rosto e três colheres (sopa) para o corpo”, afirma Drummond.
“O ideal é aplicar em uma direção só, vertical ou horizontal, de forma paralela, porque você uniformiza o filtro e não esquece nenhum ponto”, explica o médico, acrescentando que os movimentos circulares devem ser evitados pois acabam não oferecendo a cobertura ideal para uma boa proteção.
Frequência também é importante
Para garantir uma proteção ainda maior, é necessário reaplicar o filtro solar em intervalos regulares. O intervalo de tempo vai depender do tipo de exposição. “Se a pessoa está no sol direto, a cada duas horas ou a cada ida à água, ela tem que reaplicar o filtro”, esclarece Drummond.
Entretanto, para as pessoas que trabalham em escritórios, o dermatologista recomenda que o produto seja reaplicado na hora do almoço pelo menos no rosto e nas mãos. Ainda segundo o médico, os filtros solares com adição de cor são opções interessantes para quem precisa trabalhar com maquiagem.