2018-08-20 12:00:08
A apenas 12 dias do final da campanha de vacinação, a cobertura vacinal ainda está longe dos 95% pretendidos pelo Ministério da Saúde
A 12 dias do final da campanha de vacinação contra sarampo e poliomielite, apenas 40% do público-alvo já foi imunizado. Entre os dias 06 e 18 de agosto, quando aconteceu o chamado “dia D“, foram aplicadas 9 milhões de doses das vacinas contra a pólio e 4,5 milhões contra o sarampo, segundo informações do Ministério da Saúde.
A expectativa da pasta era fechar o dia D, realizado no último sábado (18), com 60% das crianças com idade entre 1 ano e 5 anos incompletos vacinados. No entanto, ainda não é possível afirmar o balanço real, pois os números devem ser atualizados pelas secretarias municipais e estaduais ao longo da semana. O próximo boletim será divulgado na terça-feira (21).
Roraima é o Estado com a pior cobertura vacinal, com apenas 16% das crianças vacinadas contra o sarampo e 19,1% contra a pólio. Rondônia é o Estado com a melhor cobertura para ambas as vacinas, com cerca de 70% do público-alvo imunizado.
Após o aumento exponencial no número de casos de sarampo no país, principalmente na região norte, a campanha de vacinação deste ano é indiscriminada. Ou seja, até mesmo crianças que já completaram o esquema de vacinação devem ir aos postos de saúde para receberem uma dose de reforço dos imunizantes contra a doença. O objetivo é vacinar pelo menos 95% das 11 milhões de crianças até o dia 31 de agosto.
Casos de sarampo
Atualmente, o país enfrenta dois surtos de sarampo, em Roraima e Amazonas. Até a última terça-feira (14), foram confirmados 910 casos de sarampo no Amazonas e 296 em Roraima. Casos isolados também foram identificados em São Paulo (1), Rio de Janeiro (14), Rio Grande do Sul (13), Rondônia (1) e Pará (2). Outros 5.731 casos permanecem em investigação em Roraima e no Amazonas.
Foram confirmados seis óbitos pela doença, quatro em Roraima (três em estrangeiros e um em brasileiro) e dois no Amazonas (brasileiros).
Polio
Embora o país não registre casos da doença desde 1989, a baixa cobertura vacinal abre caminho para uma possível volta da doença, que ainda não foi erradicada no mundo. Por isso é importante que todas as crianças se vacinem e que a meta estabelecida pelo governo federal seja atingida. Em junho, um caso suspeito de poliomielite foi notificado na Venezuela. Embora ele tenha sido descartado pela OMS, o “susto” serviu de alerta para o Brasil.
O país recebe a cada dia um contingente maior de venezuelanos e os surtos de sarampo enfrentados atualmente foram causados pelo vírus importado do país.
Esquema vacinal
Durante a campanha, todas as crianças com idade entre 1 anos e menores de 5 anos, devem receber uma dose da tríplice viral – desde que não tenham sido vacinadas nos últimos 30 dias. contra a pólio, crianças que nunca foram imunizadas vão receber a vacina inativada poliomielite (VIP), na forma injetável. As crianças que já receberam uma ou mais doses contra a pólio vão receber a vacina oral poliomielite (VOP), na forma de gotinha.