2018-11-27 10:03:08
Pesquisadores holandeses analisaram o nível de imunização de pacientes que receberam a dose fracionada e verificaram uma taxa de proteção de 97%.
Um estudo feito pela University Medical Center em Leiden, na Holanda, demonstrou que a dose fracionada da vacina da febre amarela oferece uma proteção a longo prazo: 10 anos. A pesquisa foi publicada nesta segunda-feira (26) na revista científica “Annals of Internal Medicine”.
A febre amarela é causada por um vírus, que é transmitido pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes em sua versão silvestre presente no Brasil. O país teve 1.311 casos na doença em 2018. Em dezembro, começa a fase de maior risco para a infecção. A vacina contra a doença é recomendada para todos os estados desde março deste ano.
Com o aumento do número de casos, o Ministério da Saúde do Brasil passou a disponibilizar as doses fracionadas, com 0,1 ml cada. Uma vacina padrão tem 0,5 ml. Ou seja: a versão reduzida da vacina consegue proteger cinco pessoas com mesma quantidade de uma dose única. A diferença está na durabilidade do efeito.
A dose padrão, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), precisa ser aplicada apenas uma vez e é eficaz durante toda a vida, sem precisar de reforço. Os cientistas não apresentaram um consenso, no entanto, com relação à duração da fracionada.
Por isso, os pesquisadores holandeses acompanharam um grupo de pacientes que receberam as doses fracionadas por 10 anos. Eles encontraram um resultado de 97% de imunização nessas pessoas. Segundo os autores, esse é o primeiro estudo que documenta a proteção a longo prazo (mais de uma década) dessa versão da vacina.
O Ministério da Saúde usou a aplicação de doses fracionadas contra a doença em 2018 em alguns estados do Brasil. Por enquanto, não há previsão de que isso seja repetido no próximo ano. Estudo feito pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos (Biomanguinhos/Fiocruz) já havia comprovado que esse tipo de vacina é eficaz por, pelo menos, 8 anos. A pesquisa analisou 319 militares vacinados contra a febre amarela em 2009 e verificou a presença de anticorpos contra a doença em 85,3% dos participantes em 2017.