2019-01-07 10:30:08
Resíduos agroindustriais (sementes) de goiaba, utilizada na produção de doces, sucos e geleias, serão transformados em fotoprotetores ou protetores solares com potencial de ação 17% mais que os produtos convencionais. As sementes são objeto de uma pesquisa, já em fase conclusiva, desenvolvida na Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Goiás (UFG), coordenada pelo DR. EDEMILSON CARDOSO DA CONCEIÇÃO. Este é o tema da “Entrevista Farmacêutica” que vai ao ar, na quarta-feira (09.01.09), a partir das 13h40, pela “Rádio Nacional de Brasília” (AM).
VANTAGENS – A produção de fotoprotetores à base de sementes de goiaba traz uma série de vantagens, explica DR. EDEMILSON. A começar pelas questões ambientais. Segundo ele, as sementes formam um passivo de 60 toneladas que é descartado pela indústria, todo mês, levando um longo tempo para ser degradado. Parte desse passivo, agora, vai virar protetor solar. Outra vantagem está no fato de que os fotoprotetores derivados desses subprodutos têm efeito 17% maior que os convencionais e são mais saudáveis. As pesquisas desenvolvidas na Faculdade de Farmácia da UFG – e esta é outra vantagem – são adquiridas pela indústria, o que gera recursos para o financiamento de novas pesquisas realizadas na pós-graduação da universidade, de acordo com DR. EDEMILSON CARDOSO.
As sementes de goiaba são ricas em ácido elágico, um polifenol sintetizado por plantas e que contém atividade fotoprotetora. As sementes possuem, também, flavonoides, que contêm propriedades antioxidantes e ajudam na formação de radicais livres, responsáveis pelo surgimento de doenças e pelo envelhecimento – muitas vezes, precoce – da pele.
O ENTREVISTADO – Farmacêutico graduado pela UFG, EDEMILSON CARDOSO tem mestrado, doutorado e pós-doutorado em Tecnologia Farmacêutica pela USP (Universidade de São Paulo). É professor de Operações Unitárias e Gestões de Processos Industriais da Faculdade de Farmácia da UFG e pesquisador nas áreas de Farmácia e Desenvolvimento de Produtos, com foco nos temas “Pesquisa, desenvolvimento e inovação de Bioprodutos” e “Tecnologias Fitofarmacêutica e Fitocosmética”. Dr. EDEMILSON CARDOSO é coordenador de pesquisas com plantas medicinais naquela faculdade.