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Desequilíbrio nas contas públicas prejudica as vendas no comércio

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2019-02-04 15:00:08

 

Atraso no pagamento de salários de servidores e eventuais aumentos de impostos estão entre as consequências do rombo fiscal.

 

Há uma enorme expectativa para a economia brasileira neste ano. Com o novo governo, a confiança de empresários e consumidores se elevou, e a atividade econômica já mostra sinais de crescimento em ritmo mais forte. O aumento das vendas no varejo, contudo, não depende apenas do entusiasmo do setor privado. Embora muitas vezes não se faça uma correlação direta, a saúde das contas públicas – da União, dos Estados e dos municípios – também é um fator importante para os gastos das famílias.

Basta ver que a administração pública é o principal setor econômico de 55% dos municípios brasileiros, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em alguns Estados, sobretudo nas regiões Norte e Nordeste, o setor público responde por 90% da economia.

O problema é que, a despeito de grande participação na economia, a administração pública não tem conseguido balancear receitas e despesas. Um estudo da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) aponta que um terço dos municípios não gera, por conta própria, recursos suficientes para pagar salários de servidores dos Poderes Executivo e Legislativo. Outro dado importante, desta vez do Tesouro Nacional, mostra que há 14 Estados próximos da insolvência fiscal por superar o limite de gastos com pessoal estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal. As situações mais complicadas são do Rio de Janeiro, de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, justamente as principais economias nacionais, atrás apenas do Estado de São Paulo.

Com isso, atrasos de pagamento de salários e benefícios de servidores, ativos e aposentados, influenciam diretamente na dinâmica das vendas em determinadas regiões – situação mais comum em cidades pequenas do interior.

Melhorar a gestão das finanças é um dos principais desafios a serem enfrentado pelos gestores públicos na atualidade, uma vez que o quadro fiscal é dramático.

Nesse caso, os empresários do comércio, tanto os estabelecidos em locais mais vulneráveis em termos de finanças públicas quanto os que planejam investir, têm de ficar atentos às fontes de renda dos clientes da região em que atuam e a possíveis aumentos de impostos e taxas por parte do Poder Público local, que prejudicam o crescimento dos negócios.