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Antidepressivos Fitoterápicos Mais Usados

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2019-02-21 12:30:08

 

Como o próprio nome já entrega, os antidepressivos são medicamentos que podem ser utilizados no tratamento da depressão ou para prevenir a recorrência (retorno) da doença.

Além disso, é possível que o médico prescreva esse tipo de remédio para tratar problemas como transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtorno de ansiedade generalizada, transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) e dores crônicas de longo prazo. As informações são do Serviço Nacional de Saúde (NHS, sigla em inglês) do Reino Unido.

Entretanto, alguns medicamentos antidepressivos podem trazer uma série de efeitos colaterais para lá de desagradáveis. De acordo com a NHS, alguns deles são: insônia, sonolência, diarreia, ansiedade, pouco desejo sexual, alterações no peso, dificuldades para atingir o orgasmo, vertigem, problemas para urinar, problemas no ritmo cardíaco e pensamentos suicidas (em casos raros), entre outros.

Na esperança de não sofrer tanto com as reações a esses remédios para tratar a depressão, alguns pacientes podem solicitar ao médico o uso de antidepressivos fitoterápicos, ou seja, aqueles que têm a composição à base de plantas.

Quais são os antidepressivos fitoterápicos mais usados?

Agora vamos conhecer alguns dos antidepressivos fitoterápicos que podem ser usados no tratamento da depressão. Entretanto, antes de chegarmos a eles, lembramos que você só deve fazer uso de um desses remédios depois de consultar o médico que trata a sua depressão.

Nada de abandonar um tratamento repentinamente ou por conta própria para utilizar apenas os antidepressivos fitoterápicos, pois isso pode provocar prejuízos graves para a sua saúde.

– Erva de São João/Hipericão/Hypericum perforatum)

A especialista Rachel Nall afirmou que ainda que os europeus utilizem a erva-de-são-joão como uma forma de tratar a depressão, a Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA, sigla em inglês), dos Estados Unidos, não aprovou a planta para tratar a condição.

Nall disse que o Hypericum perforatum foi associado ao efeito de aumentar a quantidade de serotonina no organismo, uma substância química do cérebro ligada ao bem-estar que é geralmente baixa em pessoas com depressão. Segunda a enfermeira, diversos antidepressivos atuam justamente por meio do aumento da serotonina no cérebro.

Entretanto, conforme Nall, os estudos a respeito dos efeitos da planta em relação à depressão são inconclusivos. Uma revisão, que analisou 29 pesquisas sobre o tema, indicou que a erva era tão efetiva quanto os antidepressivos para tratar a depressão de nível leve a moderado, ainda que tenha trazido menos efeitos colaterais.

Nall também falou a respeito de dois estudos separados, patrocinados pelos Institutos Nacionais de Saúde (NIH, sigla em inglês), dos Estados Unidos, que identificaram que a erva-de-são-joão não se mostrou melhor do que um placebo para tratar a depressão.

A enfermeira também alertou que o médico sempre deve ser consultado antes de usar a planta para tratar a depressão. Um dos motivos, segundo Nall, é que a erva pode interagir com uma série de medicamentos como os quimioterápicos, os anticoncepcionais e os diluidores de sangue, entre outros.

Segundo o NIH, a erva-de-são-joão também não pode ser utilizada ao mesmo tempo que outros antidepressivos porque isso pode provocar um aumento fatal da serotonina. Ou seja, informe o seu médico a respeito de qualquer medicamento, suplemento ou planta medicinal que esteja usando para saber se ele não pode interagir com a planta.

De acordo com o NIH, existem relatos raros de efeitos colaterais graves como a piora de sintomas psicóticos em pessoas com transtorno bipolar ou esquizofrenia devido ao uso da planta.

Porém, a erva pode trazer outras reações adversas, menores e de frequência incomum, como perturbação estomacal, disfunção sexual, boca seca, dor de cabeça, fadiga, vertigem, confusão ou sensibilidade à luz, completou a instituição. Além disso, o NIH alertou que por ser um estimulante, a erva-de-são-joão pode piorar a ansiedade em algumas pessoas.

– Açafrão

Em seu artigo, a enfermeira Rachel Nall também menciona o açafrão entre os antidepressivos fitoterápicos, uma especiaria derivada de uma parte seca de uma flor da família da flor de íris.

De acordo com a enfermeira, uma pesquisa apresentada na publicação Alternative Medicine Review (Revisão em Medicina Alternativa, tradução livre) indicou que a ingestão do estigma da flor de açafrão, que é a parte final do carpelo ou haste em forma de vara da flor, mostrou ser eficiente para tratar a depressão de nível leve.

Entretanto, é fundamental consultar o médico antes de utilizar a flor de açafrão neste sentido para ter certeza de que ela realmente pode ajudar o seu caso de depressão e certificar-se de que ela não poderá te fazer mal, não é contraindicada para você, não pode provocar efeitos colaterais ou interagir com algum medicamento, suplemento ou planta medicinal que você esteja usando e saber em que dosagem e maneira utilizá-la.

– Passiflora (Passiflora incarnata)

A passiflora é uma espécie de maracujá e um dos antidepressivos fitoterápicos aprovados pela ciência, sendo conhecida por contribuir com o controle de crises de ansiedade e depressão.

A planta medicinal pode ser utilizada na forma de chás ou ter o seu princípio ativo presente na formulação de medicamentos.

Antes de utilizar a passiflora, também é recomendado conversar com o médico para ter certeza de que ela realmente pode ajudar o seu quadro e certificar-se de que ela não poderá fazer mal, não é contraindicada para você, não pode provocar efeitos colaterais ou interagir com algum medicamento, suplemento ou planta medicinal que você esteja usando e saber em que dosagem e maneira usá-la.

– Valeriana (Valeriana officinalis)

A valeriana pode ser útil para quem tem depressão e sofre para conseguir dormir bem durante a noite. Isso porque trata-se de uma planta medicinal que melhora o sono e também tem a aprovação da ciência.

A valeriana pode ser consumida na forma de infusões e chás ou utilizada na produção de antidepressivos fitoterápicos.

Você também deve consultar o médico antes de aderir à valeriana para a depressão como forma de garantir que ela realmente pode ajudar o seu quadro e certificar-se de que ela não poderá lhe fazer mal, não é contraindicada para você, não pode provocar efeitos colaterais ou interagir com algum medicamento, suplemento ou planta medicinal que você esteja usando e saber em que dosagem e maneira usá-la.

Cuidados com os antidepressivos fitoterápicos

A depressão pode trazer sintomas como irritação, intolerância, baixa autoestima, tristeza contínua, falta de motivação ou interesse, ansiedade, preocupação, dificuldade para tomar decisões, falta de prazer nas coisas, pensar em se machucar ou se matar, fala ou movimentação mais lenta que o habitual, mudanças no peso ou apetite, prisão de ventre, dores sem motivo, falta de energia, queda na libido, alterações no ciclo menstrual, dificuldade para dormir, má performance no trabalho, evitar socializar, negligenciar seus passatempos e interesses, ter problemas em casa e com a família, entre outros, informou o NHS.

Para quem se identifica com alguns desses sintomas é importante procurar um médico, de preferência o psicólogo, para ser examinado e receber o diagnóstico se tem ou não a condição. Uma vez que a doença for confirmada, é fundamental sentar com o médico para definir como o tratamento deve ser feito.

Durante essa conversa, você pode discutir com o médico se o uso de antidepressivos fitoterápicos realmente é necessário para o seu caso e se pode ajudar. Caso você não goste do que for proposto pelo profissional, pode procurar uma segunda opinião, porém, nada de se automedicar ou tentar se tratar por conta própria. A depressão é uma doença perigosa e fazer isso pode agravar o problema e prejudicar a sua saúde.

Ao conversar com o médico, tire todas as dúvidas que tiver a respeito dos antidepressivos fitoterápicos. Até porque o uso desses medicamentos na depressão é motivo de divergência entre os psiquiatras e especialistas em homeopatia.

O ex-presidente e atual diretor tesoureiro da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antônio Geraldo da Silva, disse que não existem evidências que comprovem a ação de qualquer antidepressivo natural.

Segundo ele, aproximadamente 30% dos pacientes têm resultados positivos com esses produtos, porém, Geraldo acredita que isso se deve a uma espécie de efeito placebo, em que o paciente melhora por acreditar na eficiência do medicamento ainda que o mesmo não seja eficaz.

Por sua vez, Caroly Cardoso, da Comissão Assessora de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP), disse que os antidepressivos fitoterápicos funcionam porque regulam os níveis de neurotransmissores que costumam estar irregulares nos pacientes com depressão.

Para ela, a vantagem dos remédios naturais é que eles não causam dependência. Entretanto, para o ex-presidente da ABP, os medicamentos tradicionais também não provocam o vício.

“Porém, também é indicado complementar o tratamento (com antidepressivos fitoterápicos) com psicoterapia”, afirmou Caroly, que também alertou que os antidepressivos fitoterápicos não podem ser usados ao mesmo tempo que os tradicionais para que não ocorram interações.

Ou seja, se você já faz uso de um antidepressivo tradicional, também deve conversar com o seu médico antes de inserir o uso dos fitoterápicos no seu tratamento para a depressão. Esse acompanhamento é fundamental para saber o que realmente pode funcionar para o seu quadro e em que dosagem o antidepressivo (natural ou tradicional) deve ser usado para que a segurança da sua saúde seja mantida.

Além disso, a compra de um antidepressivo fitoterápico deve ocorrer em uma farmácia de confiança e antes de levar o medicamento para cada é necessário checar se o seu rótulo tem o número de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e conferir o nome científico da planta.

De acordo com a matéria, a especialista em regulação de fitoterápicos da Anvisa, Mônica Soares, explicou que para um remédio ser registrado, ele deve passar por testes que comprovam a sua eficácia, segurança e qualidade.