2019-04-08 12:25:08
Metrópole tem epidemia com 799 casos confirmados, segundo balanço de 1 de abril da Secretaria de Saúde. Vacina, no entanto, só é indicada para pessoas que já tiveram a doença.
Com um cenário de epidemia de dengue do tipo 2 em Campinas (SP), a procura pela vacina que combate os sintomas mais graves da doença aumentou em 20% em clínicas da cidade. A vacina antidengue, no entanto, só é indicada para pessoas que já tiveram a doença.
De acordo com o último balanço da Prefeitura, divulgado em 1 de abril, a metrópole tem 100% de circulação do tipo 2 do vírus da dengue e 799 casos confirmados.
A Associação Brasileira de Imunizações indica a vacina e recomenda um teste de laboratório para os casos em que o paciente tiver dúvidas sobre ter sido vítima ou não do vírus. Em 75% dos casos, os sintomas da dengue não aparecem.
“A vacina é a única que foi testada, tem eficácia comprovada e segurança para prevenir a dengue grave. E essa proteção é de 84%. Especificamente contra o sorotipo 2, essa eficácia é de 82% contra as hospitalizações e 67% contra os casos em geral”, explica Sheila Homsani, diretora da farmacêutica Sanofi-Pasteur, fabricante da vacina.
Assim como em Campinas, outras cidades do Brasil registraram a circulação do tipo 2.
Vacina desconhecida
A reportagem da EPTV, afiliada da TV Globo, foi até o Centro de Saúde do Parque Floresta, em Campinas, que tem recebido cerca de 30 pessoas por dia com suspeita de dengue. Febre, dores de cabeça e no corpo são os sintomas mais citados. Muitos dos pacientes desconhecem a existência de uma vacina contra a doença.
A metrópole tem 65 Centros de Saúde (CS) que passaram a priorizar os atendimentos de pacientes com os sintomas. O CS São Bernardo e a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Campo Grande são postos de referência.
Quem pode tomar a vacina?
A imunização Dengvaxia foi lançada há quatro anos e é a única vacina em uso no mundo. A vacina é indicada para os vírus da dengue dos tipos 1, 2, 3 e 4, e só é comercializada em clínicas particulares.
O custo de uma dose é de cerca de R$ 290, sendo que três doses são recomendadas, com um intervalo de seis meses entre elas.
Gestantes e pessoas com baixa imunidade não devem tomá-la. A faixa etária de quem pode se proteger é entre 9 e 45 anos de idade, e não é recomendado vacinar quem tem idades fora desse protocolo.
A reincidência da dengue em quem já foi infectado pelo vírus pode provocar versões mais graves da doença.
“A pessoa poderia ter a forma mais grave da dengue, no caso a dengue hemorrágica”, afirma a pediatra Maria de Fátima Servidoni.
No Brasil, o Instituto Butantan, que é vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, estuda também uma vacina que combata a doença, mas não há prazo para que a imunização seja disponibilizada para a população.
Prevenção
A Prefeitura de Campinas divulgou medidas e cuidados para a população evitar a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da dengue:
- Evitar acúmulo de água em latas, pneus e outros objetos;
- Vasos de flores devem ter a água trocada a cada dois dias;
- As caixas d’água e outros recipientes usados para armazenar o líquido devem ser vedados;
- Vasos sanitários inutilizados devem permanecer fechados.