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Faltam máscaras em farmácias após a confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil

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2020-02-27 13:00:08

 

Após mais de 15 mil máscaras terem sido compradas pela internet, a distribuidora Adecil comunicou que o estoque foi zerado na quarta-feira.

 

Máscaras cirúrgicas ou higiênicas e álcool gel estão escassos nas farmácias, lojas e em demais pontos de vendas, após a confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil. Homem de 61 anos teria voltado da Itália, em São Paulo, e teve registro como o primeiro paciente confirmado no país e em toda América Latina, segundo o Ministério da Saúde, na última quarta-feira, dia 26. Além desse, outros 20 casos estão em investigação e 59 já foram descartados.

Segundo dados do G1, em cinco farmácias da Zona Oeste da capital paulistana não foram encontradas máscaras ou álcool gel. A rede cirúrgica Sinete, dona de 12 lojas na cidade, disse que na manhã de ontem, quarta-feira (26), vendeu as últimas 10 mil máscaras disponíveis.

A supervisora da rede, Fátima Batista Câmara, falou que os pedidos estão vindo também do interior do estado. “Estou com gente pedindo até de Campinas, de hospitais, ligando que não tem máscaras para trabalhar. Estamos pedindo até pra China para trazer”, disse.

Em janeiro, quando o surto do vírus foi ampliado, houve um grande movimento de compra das máscaras por chineses, em São Paulo, para envio aos familiares na China. Porém, na quarta, a procura foi por brasileiros, segundo a supervisora. A Sinete espera que o estoque seja reposto nessa quinta-feira, 27.

A Adecil, distribuidora, também comunicou que seu estoque foi zerado, após a compra de mais de 15 mil máscaras pela internet para todo o Brasil, sendo 53% para o Sudeste e 32% para o Sul.

O diretor da Adecil, Julio Cesar Nogueira de Sá, contou que durante a própria entrevista ocorreram mais de 30 pedidos. “A gente viveu dois momentos. Em janeiro, teve um boom nas últimas duas semanas, que zerou o estoque. Quando a gente estava começando a colocar os pedidos em ordem, a fila aumentou de novo. Por exemplo, uma curiosidade, teve 34 pedidos nesse tempo que a gente está conversando, uns dois minutos”, disse o diretor.

Em relação ao álcool gel, também houve um grande aumento nas procuras. A Allmax, distribuidora, informou que cerca de 500 litros – 30% do estoque – foi vendido nessa quarta-feira, o que normalmente ocorre em 15 dias. Fabio Bertocci, diretor comercial da empresa também expos que um condomínio no Morumbi que compra 5 litros por ano comprou 10 galões na quarta-feira.

As máscaras protegem?

Apesar das excessivas compras para proteção do contágio do coronavírus, especialistas falam que o uso não é necessário no momento atual da epidemia.

Wladimir Queiroz é infectologista do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, membro da SBI – Sociedade Brasileira de Infectologia e especialista em doenças infecciosas e parasitárias, ele acredita que o uso é recomendado “só para quem estiver em contato com alguém com qualquer sintoma gripal”.

A consultora da SBI e também professora da Unifesp – Universidade Federal de São Paulo declara que “o uso de máscaras é recomendado para profissionais de saúde e pacientes infectados que circulam em ambientes públicos ou hospitalares”.

O uso correto para funcionalidade da máscara é ajustá-la bem ao rosto, sem que fiquem vãos nas laterais que gotículas contaminadas possam entrar.

 

Foto: Jefferson Barbosa/EPTV
Informações e entrevistas coletadas pelo G1.