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Agência dos EUA libera uso de remédio para malária em pacientes com quadro grave de Covid-19

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2020-03-31 12:07:28

 

FDA aprovou uso em caráter emergencial, mas não apresentou novos estudos. Ainda não há testes clínico em grande escala que comprovem eficácia do medicamento.

 

A FDA, agência norte-americana de vigilância sanitária, liberou o uso do fosfato de cloroquina e do sulfato de hidroxicloroquina para o tratamento de pacientes com casos graves da Covid-19, que estejam internados em hospitais. A eficácia do remédio ainda não está comprovada em estudos clínicos de grande porte.

A medida foi tomada em caráter emergencial para o combate à pandemia causada pelo coronavírus Sars-CoV-2. Segundo a agência, os possíveis benefícios justificam os riscos em potencial. A FDA não apontou novos estudos para justificar a decisão.

Regras para uso

  • Fosfato de cloroquina e sulfato de hidroxicloroquina devem ser administrados por um profissional de saúde com uma receita médica;
  • Os medicamentos só podem ser usados no tratamento de adultos ou adolescentes com mais de 50 kg e em internação devido à Covid-19;
  • Deve-se usar o estoque estratégico disponibilizado para o tratamento específico da Covid-19.

A medida, na prática, libera o uso dos medicamentos para o combate ao coronavírus mesmo que não haja um registro da FDA oficial e permanente para a Covid-19, evitando problemas judiciais aos hospitais.

De acordo com carta expedida pela agência no sábado (28), o uso “será efetivo até que existam circunstâncias que justifiquem a autorização emergencial de medicamentos”.

A FDA justifica a liberação devido à “condição séria ou com risco de vida” causada pelo Sars-Cov-2. Além disso, o texto diz que “com base na totalidade das evidências científicas disponíveis é razoável acreditar que o fosfato de cloroquina e o sulfato de hidroxicloroquina podem ser eficazes no tratamento da Covid-19”.

“Quando usados [os remédios] nas condições descritas nesta autorização, os benefícios potenciais e conhecidos do fosfato de cloroquina e do sulfato de hidroxicloroquina para tratar a Covid-19 superam os riscos conhecidos e potenciais”.
Por enquanto, não há um tratamento disponível e totalmente testado contra a doença causada pelo novo coronavírus. A Organização Mundial da Saúde acompanha as pesquisas científicas sobre novos medicamentos contra a Covid-19, com potenciais riscos ainda em estudo. A automedicação não é recomendada para nenhuma doença, incluindo a causada pelo coronavírus.

Na quinta-feira (19), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que a entidade reguladora de medicamentos do país deveria acelerar o processo de aprovação para potenciais terapias que tenham efeito contra a Covid-19.

No Brasil, o governo admitiu “lacunas no conhecimento” científico e disse que ainda estão “em curso” os estudos sobre a aplicação desse remédio contra a doença. Apesar disso, permitiu que seja testado um tratamento alternativo somente para pacientes graves internados e que pode durar no máximo por 5 dias. O Ministério da Saúde alertou que o medicamento pode afetar o funcionamento do coração e do fígado.