2020-05-13 14:29:45
Pesquisas publicadas nas últimas semanas não encontraram relação entre medicamento e redução da mortalidade por Covid-19. Substância ganhou projeção após estudo francês, contestado por especialistas.
O uso da coloroquina por pacientes infectados com o novo coronavírus segue sendo estudado por vários países, mas pesquisadores ainda não conseguiram encontrar resultados conclusivos sobre sua eficácia no combate à Covid-19.
Uma das principais pesquisas sobre a efetividade da hidroxicloroquina no tratamento teve o resultado publicado nesta segunda-feira (11), na revista científica “Jama” (“Journal of the American Medical Association”).
O estudo, feito por pesquisadores da Universidade de Albany, no estado de Nova York, não encontrou relação entre o uso do medicamento e a redução da mortalidade pela doença. Foram analisados 1.438 pacientes infectados com coronavírus, em 25 hospitais de Nova York.
A taxa de mortalidade dos pacientes tratados com hidroxicloroquina foi semelhante à dos que não tomaram o medicamento, assim como à das pessoas que receberam hidroxicloroquina combinada com o antibiótico azitromicina.
Ainda segundo os autores do estudo, os pacientes que tomaram a combinação de medicamentos tiveram duas vezes mais chances de sofrer parada cardíaca durante o período de análise. Problemas cardíacos são um efeito colateral conhecido da hidroxicloroquina.
Essa pesquisa, porém, não deve ser a última palavra sobre o uso da hidroxicloroquina contra o coronavírus, já que foi feita apenas com base em resultados de pacientes tratados ou não com a substância.
Nas pesquisas consideradas mais confiáveis, os pacientes com coronavírus são aleatoriamente designados para receber o medicamento ou para tomar placebos, que não têm efeito. As taxas de mortalidade entre os dois grupos são, então, comparadas.
Pesquisadores das universidades de Washington e Nova York, além de outras instituições, seguem testando a droga em pacientes.
Resultado semelhante
Outra pesquisa sobre o tratamento com hidroxicloroquina, cujo resultado foi publicado na semana passada na revista britânica “The New England Journal of Medicine”, já havia apresentado conclusão semelhante à divulgado pela “Jama”.
O estudo, feito no Presbyterian Hospital, em Nova York e revisado por outros cientistas, não encontrou evidências de que a droga tenha reduzido o risco de entubação ou de morte pela Covid-19.