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Independentes impulsionam vendas de dois dígitos no PDV

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2020-10-22 13:54:13

 

O varejo farmacêutico cresceu 13% em valores nos oito primeiros meses de 2020, o que corresponde a R$ 88,9 bilhões em vendas, contra um avanço de 6,9% no mesmo período do ano passado (R$ 78, 7 bilhões). Em unidades, o crescimento foi de 10,1% (4,4 bilhões) no acumulado do ano contra 4,8% em 2019 (4 bilhões). As farmácias independentes são os motores desse resultado, segundo a IQVIA.

“Há muito tempo que o setor não evoluía dois dígitos, tanto em receita como em unidades. Esse desempenho, provavelmente, está associado ao maior valor agregado dos produtos”, afirma Eduardo Rocha, diretor de relacionamento com parceiros estratégicos para a América Latina da consultoria. A apresentação ocorreu durante o 5° Fórum Abradilan de Desenvolvimento Empresarial, promovido pela Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan).

A vez das independentes

Ainda de acordo com Rocha, as farmácias independentes saltaram de um crescimento de 1,3% em 2019 para 20,6% no acumulado do ano de 2020, alavancadas pelos não medicamentos, como álcool gel, luvas, máscaras e produtos de limpeza. “O resultado também é fruto da pandemia da Covid-19 e da migração do consumidor, que se descolou dos grandes centros e avenidas para bairros mais periféricos”, explica o executivo.

De todos os canais, o associativista da Febrafar foi o que apresentou maior incremento (21,8%), contra 13,8% em 2019. “Já as grandes redes da Abrafarma apresentam evolução de 8,5%. Outras redes cresceram 5,7%”, complementa.

Fatores de impulso do mercado

Enquanto a alta no volume sustentou a performance das associativistas, franquias e independentes, as redes tiveram seus resultados influenciados por lojas novas e preço médio do mix. Os dois drivers de mercado para o crescimento de 13% de preços ao consumidor foram o aumento do número de novas lojas (7%) e volume (6%). Praticamente não houve evolução em função de preço médio do mix (2%). A abertura e o fechamento de lojas não saíram dos índices históricos, que ficam entre 7% e 9%, e provavelmente devem terminar o ano com esses números estáveis.

Incremento em volume
Independentes: 16%
Febrafar: 13%
Outras associativistas/ franquias: 12%
Outras redes: 0%
Abrafarma: -2%

Crescimento do mercado farmacêutico

O comportamento provocado pela Covid-19 também influenciou no desempenho dos cinco estados mais importantes do varejo farma. “São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná representam mais de 60% do mercado, mas apresentaram uma evolução abaixo da média no acumulado deste ano”, afirma Rocha.

Estado Distribuição Capital Interior
São Paulo 26% 33,6% 66,4%
Rio de Janeiro 11,5% 48,3% 51,7%
Minas Gerais 10,5% 19,7% 80,3%
Rio Grande do Sul 6,9% 17,3% 82,2%
Paraná 5,9% 27,4% 72,5%

Desempenho por regiões

Sudeste e Sul apresentaram vendas médias mensais maiores que a média do Brasil. Já o Norte do país viu aumentar em 23,5% a venda média mensal por ponto de venda, ao pular de R$ 89.400 por mês em 2019 para R$ 110.000 em 2020.

Venda distribuição x venda direta

Ainda que ao longo de 24 meses, as vendas diretas cresçam acima da distribuição, no período mais crítico das ações contra a Covid-19, ocorreu um avanço na distribuição maior do que o das vendas diretas.

A venda direta aumentava 14,7%, contra 12,5% via distribuição. Mas, a partir do início da pandemia esse efeito se inverteu e a venda via distribuição cresceu 53%, contra 36% das vendas diretas. O distribuidor ganha uma substancial relevância em função de uma grande pulverização de vendas, o que pode aumentar nos próximos seis meses.

“As vendas diretas se concentram na Abrafarma com pouca participação de outros canais. Na distribuição, vemos um avanço importante para as independentes, com praticamente 2% de crescimento de tudo o que foi demandado no canal”, finaliza Rocha.