2020-10-27 12:12:12
Um novo medicamento capaz de reduzir complicações renais e cardíacas em pessoas com diabetes tipo 2.
Mais uma boa notícia na seara do tratamento do diabetes tipo 2. Essa vale especialmente para aquelas pessoas com a doença que também sofrem de insuficiência renal. E não é pouca gente. O diabetes é a principal causa (ou está entre as principais causas) de falência dos rins em diversos países.
A perda da função renal é um problema crônico e tantas vezes progressivo, que pode culminar na necessidade de diálise — quando uma máquina passa a fazer o trabalho dos rins. Além disso, indivíduos com insuficiência renal correm maior risco de enfrentar infarto e insuficiência cardíaca. E, aí, temos outro órgão importante em xeque.
No corpo de quem tem insuficiência renal crônica, observamos o aumento de um hormônio chamado aldosterona. Ele, por sua vez, promove mais inflamação nos rins, perpetuando o processo de redução da função dessa dupla que filtra o sangue.
É com essas noções em mente que devemos apreciar um grande estudo recém-publicado, que testou um novo medicamento capaz de bloquear a ação da tal aldosterona. O nome desse remédio, pertencente a uma classe terapêutica inédita, é finerenona.
Na pesquisa, disponível no conceituado The New England Journal of Medicine, foram incluídos mais de 5 mil pacientes com diabetes tipo 2 e insuficiência renal. Acompanhados por aproximadamente dois anos e meio, os voluntários que usaram a finerenona apresentaram uma redução importante de problemas nos rins e no coração. Tudo isso com poucos efeitos colaterais.
O comprimido de finerenona deve ser tomado uma vez ao dia, mas ainda não está aprovado para venda. Certamente depois dessa publicação seu processo de aprovação pelas agências de saúde vai ser acelerado. Será uma ajuda e tanto para pessoas com diabetes e os rins em apuros.
Cabe ressaltar que já contamos com medidas consagradas na prevenção e no tratamento da insuficiência renal e cardíaca. É o caso de controlar a glicose, o peso e a pressão arterial — o que pode exigir outras medicações já disponíveis —, exercitar-se regularmente, comer de forma equilibrada e abolir o tabagismo.