2020-10-29 11:57:51
Para a Prógenéricos, os consumidores, em virtude do preço, qualidade e eficácia, buscaram refúgio nos genéricos para dar continuidade a seus tratamentos.
A indústria de medicamentos genéricos registrou vendas de 423 milhões de unidades no varejo farmacêutico no terceiro trimestre deste ano, consolidando crescimento de 11,08% frente ao mesmo período do ano anterior.
O desempenho dos genéricos foi superior ao registrado pelo mercado farmacêutico total, que cresceu 5,36% em unidades no mesmo período.
Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), com base em levantamento do Iqvia, empresa que audita o varejo farmacêutico no País.
Em faturamento, o setor de genérico registrou alta de 20% no terceiro trimestre, frente ao período de 2019, atingindo a marca de R$ 3.119 bilhões, já considerados os descontos concedidos ao varejo.
O crescimento é reflexo do aumento de volume e da expansão das vendas de genéricos de maior valor agregado, caso dos produtos voltados para o tratamento do sistema nervoso central, por exemplo.
“O mercado de genéricos cresceu o dobro do mercado total de medicamentos. Esses dados comprovam que os genéricos seguiram cumprindo seu papel de fortalecer o acesso a medicamentos neste momento de pandemia. Os consumidores, em virtude do preço, qualidade e eficácia, buscaram refúgio nos genéricos para dar continuidade a seus tratamentos”, explica a presidente da PróGenéricos, Telma Salles.
Apesar do crescimento importante, Salles aponta que, ainda por conta da pandemia, a indústria enfrenta forte pressão nos custos com a alta do dólar e dos preços praticados no mercado internacional e refletidos, dessa forma, nos insumos adquiridos para produção medicamentos.
“Vendas e faturamento cresceram, mas a indústria segue pressionada na ponta pelos custos”, avalia a executiva.
Acumulado do ano: janeiro a setembro de 2020
No acumulado do ano, a indústria de medicamentos genéricos registrou crescimento de 13% no número de unidades vendidas no período de janeiro a setembro de 2020 se comparado com o mesmo período de 2019.
De acordo com balanço da PróGenéricos foram, então, comercializadas 1.237 bilhões de unidades.
O mercado farmacêutico total registrou expansão menor do que o mercado de genérico, no mesmo período.
Entre janeiro a setembro de 2020, o mercado farmacêutico total cresceu 8,79% se comparado com 2019. Foram comercializados 3.529 bilhões de unidades.
As vendas do segmento registraram, portanto, um crescimento de 19,42%, somando R$ 8.643 bilhões nos nove primeiros meses de 2020, também considerando os descontos concedidos ao varejo.
Com o resultado, os genéricos representam mais de 1/3 do mercado total de medicamentos, em unidades.
Portanto, o índice corresponde apenas às vendas realizadas no varejo e não compreende as vendas para hospitais e setor público.
Economia e benefício para o consumidor
Ainda de acordo com o balanço da PróGenéricos, desde que chegaram ao mercado, em 2000, os genéricos geraram uma economia superior a R$ 169,3 bilhões em gastos com medicamentos para os consumidores brasileiros. O valor é potencialmente maior, uma vez que esse indicador só considera o desconto de 35% previsto em lei.
“O desempenho dos genéricos se deve basicamente à combinação do binômio qualidade e preço. Os consumidores sabem que os genéricos são eficazes e muito mais baratos que os medicamentos de referência”, complementa Telma.
Atualmente, 87 laboratórios comercializam medicamentos genéricos no País. O mercado tem 3.325 registros válidos de genéricos e mais de 21,7 mil apresentações, de acordo com a Anvisa.
Todavia, os genéricos são largamente utilizados para no tratamento de doenças crônicas, aquelas que necessitam de uso contínuo de medicamentos.
Algumas dessas doenças, como o diabetes, se mostraram agravantes para os riscos do novo coronavírus.
Isso fez, portanto, com que o consumidor redobrasse cuidados, o que se refletiu nas vendas.
Os genéricos mais vendidos em 2020 são: Losartana, Hidroclorotiazida, Dipirona Sodica, Sildenafila e Atenolol.