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Especialistas alertam que varejo está em atraso com LGPD

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2021-03-01 13:42:56

 

Faltam apenas dois meses para a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) entrar em vigor no Brasil, no dia 3 de maio de 2021. Mas o varejo farmacêutico corre contra o relógio para se adaptar à nova norma e preocupa especialistas. As farmácias que não se adequarem a tempo podem sofrer multas de até 2% do faturamento, com limite de R$ 50 milhões, e ter dados estratégicos de clientes bloqueados ou eliminados.

Uma pesquisa da Deloitte com cerca de 600 empresas brasileiras reforça o sinal de alerta. De acordo com o levantamento, 62% das companhias não estão preparadas para a legislação, sendo que 16% estão ainda em estágio inicial e admitem dificuldades para cumprir o prazo. Apenas 38% revelaram já estar de acordo com a norma.

“A necessidade de se enquadrar na LGPD revelou a pouca atenção dada à privacidade e segurança dos dados no mercado corporativo brasileiro. O aumento significativo do volume de informações digitais vem acompanhado de mais ameaças cibernéticas, que colocam em risco a própria reputação das organizações”, avalia José Pela Neto, sócio da consultoria na área de ciber security.

 

Lei pode ampliar fosso entre farmácias grandes e médias?

A luta contra o tempo pode aumentar o fosso entre o grande varejo e farmácias regionais e de pequeno porte. Mesmo entre as maiores redes do setor, o ritmo de adaptação não é homogêneo.

“As empresas com maior número de PDVs e atuação nacional já estão em vias de completar 100% das exigências, pois já dispõem de comitês dedicados ao tema e programas de compliance mais maduros. As demais, porém, ainda precisam acelerar”, adverte Francisco Celso Nogueira Rodrigues, diretor-executivo de Coordenação Técnica e de Comitês da Abrafarma.

A entidade, inclusive, elaborou um manual de boas práticas para as farmácias, criado em 2019 e revisto no ano passado. Além disso, vem realizando reuniões periódicas com Grupos de Trabalho ligados aos departamentos de administração e RH das redes. “Os principais desafios estão relacionados às configurações das ferramentas de proteção de dados aos sistemas internos, além da contratação de seguros cibernéticos”, explica.

A situação é mais alarmante no mercado associativista. “Estamos diante de um risco iminente”, crava Nilson Ribeiro, presidente executivo da Abrafad, que representa em torno de 3 mil PDVs em 13 estados. Segundo o dirigente, 50% das adequações necessárias ainda estão pendentes. “A partir deste mês de março, inclusive, vamos intensificar reuniões táticas com as farmácias, disponibilizando uma força-tarefa jurídica e tecnológica”, revela.

Segundo Ribeiro, as redes que contam com programas de benefícios de medicamentos em parceria com provedores especializados saíram na frente nesse processo de adaptação. “O maior entrave reside nas que têm benefícios com gestão e tecnologia própria, a exemplo dos cartões-fidelidade”, observa. “Chegamos a indicar empresas de software house para ajudá-las nessa tarefa, mas há dificuldades especialmente nas redes presentes em uma só região”, acrescenta.

 

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