2021-03-11 18:05:39
Esta quinta-feira é dia de Balança com Priscila Espósito, que escolhe o tema sobre a importância da qualificação do fabricante dos insumos utilizados nas farmácias.
Olá colegas magistrais!
Vamos continuar o papo da Balança Magistral e hoje gostaria de tratar de um assunto, classificado de acordo com a nossa amada RDC 67/07, imprescindível: Qualificação de Fornecedores!
Por que tratar de algo tão burocrático e que fazemos uma vez ao ano? Exatamente por não ser um assunto burocrático e que não deve ser lembrado somente uma vez ao ano! O processo de qualificar nosso fornecedor deve ser algo dinâmico na farmácia, uma vez que realizamos compras diversas vezes ao ano, recebemos insumos quase que semanalmente e sempre estamos à procura de novidades e novas oportunidades.
Sobre a RDC 67/07
Vamos ver o que a RDC 67/07 nos diz a respeito desse tema:
“A qualificação do fabricante/fornecedor deve ser feita abrangendo no mínimo, os seguintes critérios: a) Comprovação de regularidade perante às autoridades sanitárias competentes; b) Avaliação do fabricante/fornecedor, por meio de análises de controle de qualidade realizadas pela farmácia e da avaliação dos laudos analíticos apresentados, verificando o atendimento às especificações estabelecidas pelo farmacêutico e acertadas entre as partes. c) Auditorias para verificação do cumprimento das normas de Boas Práticas de Fabricação ou de Fracionamento e Distribuição de insumos. d) Avaliação do histórico dos fornecimentos anteriores.”
No dia a dia da consultoria encontro diversos clientes farmacêuticos que ao serem questionados sobre a qualificação dos fornecedores, me apresenta uma lista de arquivos “pdf” de auditorias da qualidade realizadas por uma associação de classe ou um questionário de autoavaliação enviado pelo fornecedor e crê que o quesito qualificação foi cumprido.
O que significa “qualificar”?
Qualificar significa “certificar que algo, (material, pessoa ou um sistema) está correto conforme necessidade”, e quem define essa necessidade é a farmácia, de forma individual, de acordo com a sua realidade do dia a dia. Ter as licenças necessárias para o ramo de atividade, isto é, comprovar a regularidade perante às autoridades, e garantir o cumprimento das Boas Práticas de Distribuição, comprovada através de uma auditoria ou questionário de autoavaliação, são somente parte do processo, parte inicial e primordial para que as demais análises possam ser viáveis, uma vez que não iremos, ou pelo menos não deveríamos, comprar nada de um distribuidor que não esteja com sua licença sanitária válida (é só parar e pensar se a farmácia consegue comprar algo sem sua licença conforme ou o relatório de inspeção satisfatório).
E agora, o que mais avaliar?
A RDC diz que devemos ainda avaliar o atendimento às especificações, o resultado das análises feitas na farmácia dos insumos adquiridos e a avaliação dos laudos enviados pelos fornecedores (um assunto complicado que iremos tratar em outra oportunidade), além disso é necessário que se faça uma avaliação do histórico de fornecimento, ou seja, seu grau de relacionamento e a presença ou não de não-conformidades.
A partir de todas essas análises que a farmácia deve estabelecer um critério de avaliação para que possa classificar o seu fornecedor como qualificado ou desqualificado, ou ainda em avaliação. O relacionamento com seu vendedor, a maneira como o produto chega na farmácia, a transportadora utilizada, o suporte do departamento financeiro, do departamento técnico, a apresentação dos materiais gráficos e muitos outros fatores podem entrar no processo de qualificação.
Nós, as farmácias, nos preocupamos em atender às necessidades do cliente, de oferecer a qualidade que é uma premissa básica e algo que seja diferencial para buscar a fidelização de nosso cliente, cada vez mais exigente. Nesse processo nós somos os clientes e devemos estabelecer qual o patamar de qualidade que desejamos, temos que lembrar que as análises obrigatórias feitas na farmácia são muito superficiais, entregamos ao consumidor final um produto onde temos que confiar em quem nos vendeu, e em muitos casos o distribuidor também não fez todas as análises, somente informando as análises realizadas pelo fabricante, que ele também precisa qualificar.
No prato dessa Balança de hoje colocamos algumas reflexões sobre esse processo, sobre o que devemos solicitar para o nosso fornecedor, um parceiro importantíssimo, um elo na cadeia farmacêutica, sem ele não conseguimos ter os insumos que precisamos, mas que como qualquer “fornecedor” precisa atender às expectativas e necessidades de seus clientes. A área magistral só tem a crescer com a relação saudável e sinérgica entre a farmácia e seu fornecedor.
Até a próxima pesagem!
Pharma Espózito – Consultoria Farmacêutica
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