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Qual o limite do coronavírus: novas variantes continuarão a surgir?

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2021-06-20 03:00:35

 

Estamos condenados a um desfile interminável de variantes novas e aprimoradas cada vez mais difíceis de conter? Ou existe um limite para o quão pior o novo coronavírus (Sars-CoV-2) pode se tornar? Com essas perguntas na cabeça, a BBC News e o Portal do ICTQ saíram atrás das respostas.

 

Pouco mais de um ano e meio depois do início da pandemia, é consenso que o mundo está lidando com uma nova versão do novo coronavírus, muito mais contagiosa do que a que surgiu em Wuhan, na China no final de 2019.

A variante Alfa, identificada pela primeira vez no Reino Unido, já havia demonstrado que mutações podem ter uma capacidade bem maior de contágio. Agora a Delta, vista primeiro na Índia, mostrou isso em uma escala ainda maior.

Esse vírus foi se ‘aprimorando’ conforme o tempo – a primeira variante deu início à pandemia e, ao longo dos meses, ele foi ganhando espaço conforme novas cepas surgiam. Seu histórico também é interessante. Ele passou de uma espécie completamente diferente – seus ‘parentes’ mais próximos são os coronavírus encontrados em morcegos – para outra, os seres humanos.

Quando os vírus chegam aos humanos, é “muito raro que sejam perfeitos”, afirmou à BBC a professora Wendy Barclay, virologista do Imperial College de Londres, no Reino Unido. Existem exemplos de vírus de pandemias de gripe a surtos de ebola que saltaram para humanos e, depois, suas mutações aceleraram.

De acordo com os cientistas, a melhor maneira de comparar o poder de propagação puro dos vírus é observar seu R0 (R-zero). É o número médio de pessoas para as quais cada indivíduo infectado passa um vírus se ninguém estiver imune e tomar precauções. Esse número estava em torno de 2,5 quando a pandemia começou em Wuhan e pode chegar a 8 para a variante Delta, de acordo com o Imperial College.

“Este vírus nos surpreendeu muito. Está além de qualquer coisa que temíamos”, disse à BBC o pesquisador Aris Katzourakis, que estuda a evolução viral na Universidade de Oxford. “O fato de ter acontecido duas vezes em 18 meses, duas linhagens (Alfa e Delta) cada uma 50% mais transmissível, é uma quantidade fenomenal de mudança”.

Não adianta tentar especular sobre o quão longe isso pode chegar, mas Katzourakis acredita que poderá facilmente haver mais saltos na capacidade de transmissão nos próximos dois anos. Outros vírus têm um R0 muito mais alto. O recordista deles, o do sarampo, pode provocar surtos explosivos.

“Ainda há espaço para aumentar”, aponta Barclay. “O R0 do sarampo está entre 14 e 30, dependendo de para quem você pergunta. Eu não sei o que vai acontecer”, assinala.

Existem muitos truques que o vírus pode usar para melhorar sua disseminação: melhorar a forma como abre a porta para as células do nosso corpo, sobrevivendo mais tempo no ar, aumentar a carga viral para que os pacientes respirem mais vírus ou mudando quando, no curso de uma infecção, se espalha para outra pessoa.

Segundo os cientistas, uma das maneiras pelas quais a variante Alfa se tornou mais transmissível foi melhorando sua capacidade de passar pelo alarme de intrusão do organismo – chamado de resposta do interferon – dentro das células do corpo humano.

 

Mas até onde isso pode chegar? A capacidade do vírus é infinita? Segundo o pesquisador da Universidade de Oxford não é bem assim. Sua evolução não significa que, quando avançarmos no alfabeto grego que dá nome às variantes e chegarmos à Ômega (a última letra grega), teremos um vírus monstruoso e imparável.

“Em última análise, há limites e não existe um vírus final que tenha todas as combinações nocivas de mutações”, explica Katzourakis. Há também o conceito de compensações evolutivas – para se tornar melhor em uma coisa, geralmente se piora em outra.

O programa de vacinação mais rápido da história criou, por exemplo, um obstáculo diferente ao vírus, que poderá acabar tendo que seguir uma outra direção evolutiva. “É bem possível que mudanças no vírus que o tornam melhor em evitar vacinas possam acabar prejudicando sua capacidade de transmissão”, avalia Katzourakis.

O cientista acha que a variante Beta (conhecida como sul-africana) – que tem uma mutação que ajuda a evitar o sistema imunológico, mas não conseguiu decolar – é um exemplo disso. Por outro lado, a Delta tem mutações que a ajudam a se espalhar e a evitar parcialmente a imunidade. “Estamos em uma fase realmente interessante, intermediária e um tanto imprevisível”, acrescenta Wendy Barclay.

Ainda é difícil de prever qual será a estratégia ideal para o coronavírus, porque cada vírus usa técnicas diferentes para continuar infectando. O sarampo é explosivo, mas deixa para trás imunidade vitalícia, então, é preciso sempre encontrar alguém novo para infectar. A gripe tem um R0 muito mais baixo, pouco acima de 1, mas sofre mutação constante, evitando a imunidade.

Por hora, para o farmacêutico e professor de pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica do ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Thiago de Melo, há medidas que podem ajudar a impedir o surgimento de novas variantes.

“Com menos Sars-CoV-2 circulantes, o impacto sobre as novas variantes mutantes também pode ser suavizado, afinal, com menos ‘casas’ para o vírus morar, menos chance de ele trocar seus códigos”, frisa Melo.

 


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O ICTQ também está credenciado pelo CFF, através do Parecer e do Acórdão nº 35.882, de 27 de abril de 2018 (publicado no Diário Oficial da União em 16 de maio de 2018).

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