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Uso de diuréticos em idosos

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2021-06-29 11:00:02

 

Gustavo Alves traz nessa crônica o uso de diuréticos em idosos e os cuidados a ser tomado com o medicamento. 

 

O tratamento da hipertensão arterial, doença muito comum nos idosos, inclui, dentre outros medicamentos os diuréticos. Tratam-se de drogas capazes de promover a diurese, isto é, aumentar a eliminação de urina, com isso favorecendo a excreção de potássio e sódio, este último diretamente relacionado ao aumento da pressão arterial.

Há diferentes tipos de diuréticos, cada um deles, com ações específicas e regiões diferentes onde se desenvolve seu mecanismo de ação.

Antes de falar um pouco sobre cada um dos tipos de diuréticos mais utilizados, suas vantagens e riscos, convém lembrar que existem substâncias presentes em alguns alimentos ou bebidas, que também apresentam ação diurética. Sendo assim o idoso deve ter muito cuidado ao associar o medicamento diurético com a bebida que promova diurese, pois isto pode provocar um efeito exacerbado, com danos ao organismo. Exemplos: Bebidas alcoólicas, Café, Chás…

Diuréticos de Alça: Furosemida, Bumetanida, Torasemida.

Diuréticos Tiazídicos: Hidroclorotiazida, Clortalidona, Indapamida, Metolazona.

Diuréticos poupadores de Potássio: Espironolactona, Amilorida, Triantereno.

Existem outros diuréticos, porém com usos em outras situações, não exatamente o tratamento ambulatorial de hipertensão arterial sistêmica, como o caso do Manitol e da Acetazolamida (usada para o tratamento do glaucoma).

Embora com mecanismos de ação diferentes, todos os medicamentos diuréticos apresentam a mesma indicação: a eliminação de sódio e água pela urina. A função principal é a eliminação de sal.

Para obter sucesso no tratamento, não basta usar o diurético sem que o paciente limite o consumo diário de sal.

Diuréticos podem ser usados para outras patologias e/ou doenças, além da Hipertensão Arterial:

Glaucoma, Edema cerebral e outros quadros edematosos, Insuficiência cardíaca, Insuficiência renal crônica, cirrose hepática, dentre outras.

 

Dicas sobre uso de diuréticos para os idosos:

Furosemida – não suspender subitamente o tratamento, pois pode ocorrer “edema de rebote”. Não é exatamente o melhor diurético para hipertensão, mas é usada em cirrose, insuficiência cardíaca, insuficiência renal e síndrome nefrótica. Seus principais efeitos colaterais são as câimbras e a hipotensão, com queda brusca da pressão.

 

Diuréticos tiazídicos (Hidroclorotiazida, Clortalidona) – além dos efeitos semelhantes à Furosemida, os tiazídicos podem aumentar a glicose e o colesterol, sendo assim, usar com cuidado em pessoas diabéticas. Embora não seja tão potente como a Furosemida, mantém efeitos constantes por mais tempo durante o dia, ou seja, diurese mais frequente.

Espironolactona – é um poupador de potássio, sendo assim as câimbras serão menos frequentes. É usada na insuficiência cardíaca e na cirrose, pois o uso de espironolactona inibe a Aldosterona (hormônio). Pode causar ginecomastia (aumento do volume das mamas), aumento de pelos e alterações menstruais.

 

Atenção, diuréticos devem ser tomados sempre pela manhã, salvo quando uma dose suplementar seja necessária mais tarde, mesmo assim deverá ser logo após o almoço. Por serem drogas que buscam reduzir a pressão arterial, podem provocar hipotensão, sendo esta justamente uma das principais causas de quedas em idosos. A alteração dos níveis de pressão arterial pode provocar hipotensão ortostática, assim quando o idoso está sentado, ao se levantar rapidamente, sente tontura e cai, podendo ter sérias consequências, como fraturas, dentre outras.

 


 

 

 

Gustavo Alves Andrade dos Santos

Farmacêutico, Doutor em Biotecnologia
Coordenador do grupo de Cuidado farmacêutico ao Idoso do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.

Twitter: @gustavofarmacia
Instagram: @gusfarma
Email: gusfarma@hotmail.com