2021-08-09 11:09:11
Um novo estudo realizado pelo Instituto Butantan, em parceria com o laboratório Mendelics, empresa-mãe do meuDNA, indica que a forma original do vírus da Covid-19 já foi quase totalmente substituída pelas novas variantes.
Conforme publicado pelo IG, o relatório atualizado nessa primeira semana de agosto pelas entidades revela que, apenas, no Estado de São Paulo (SP) já são 21 cepas da Covid-19 em circulação. Entre elas, a P.1, conhecida como Gamma, que foi identificada pela primeira vez em Manaus. Essa variante representa 90% dos casos em SP.
Segundo o estudo, a maioria das novas variantes não tem o potencial de alterar o comportamento do vírus da Covid-19 de forma drástica. No entanto, o estudo alerta que algumas cepas podem gerar novas características no vírus, como aumentar a capacidade de transmissão, de replicação ou causar sintomas diferentes.
Particularidades das variantes
A partir de sequenciamento do Sars-CoV-2, os pesquisadores descobriram que, entre as variantes, a B.1.1.7, conhecida como Alfa, originária do Reino Unido, tem maior poder de transmissão. Além disso, eles verificaram que ela causou quadros mais graves de Covid-19 em território nacional do que no país de origem.
Quanto à Gama, o sequenciamento mostrou que ela também parece infectar mais do que o vírus original do Sars-CoV-2. Outra particularidade é que ela pode se esquivar da imunidade desenvolvida por outras variantes, causando reinfecção.
Enquanto isso, a cepa B.1.617.2, também conhecida como Delta, originária na Índia, como característica, aparenta ser mais contagiosa e ter potencial de causar quadros mais graves da doença do que as outras variantes.
Eficácia das vacinas contra variantes
Ainda de acordo com o estudo, embora a resposta das vacinas às variantes possa ser menor em relação ao vírus original, as evidências encontradas sinalizam que elas conseguem ajudar na defesa do organismo contra a doença e diminuir a quantidade de casos graves e mortes.
O meuDNA reforça que, além da vacinação, a testagem da população também é essencial para detectar novas variantes do vírus, porém, nem todos os testes ainda conseguem fazer essa detecção. “Exames moleculares, por exemplo, dão positivo quando encontram genes do vírus na amostra analisada. Nesses casos, a detecção da variante dependerá de qual gene é analisado no teste e se ele sofreu mutações ou não.”
Proteção contra as variantes
Para evitar a disseminação e avanço de novas cepas, o farmacêutico e professor da Pós-graduação em Farmácia Clínica e Prescrição Farmacêutica no ICTQ – Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico, Rafael Poloni, defende que, além da vacina, há outras medidas de proteção contra a doença, entre elas, seguir, com rigor, os protocolos de prevenção.
“A vacina é um grande benefício para saúde pública, entretanto, as medidas de controle devem ser ainda intensificadas. Para evitar altas taxas de transmissão do vírus e novas variantes, há a necessidade do uso de máscaras, distanciamento social, lavar sempre que possível as mãos e utilizar álcool 70%.”, recomendou.