2021-08-23 12:43:57
Médicos esperam que o medicamento possa ser usado combinado com a imunoterapia para combater tumores difíceis de tratar.
Pesquisadores britânicos vão testar pela primeira vez em pacientes se a aspirina pode ajudar a combater o câncer de mama agressivo, tornando os tumores difíceis de tratar mais responsivos a medicamentos contra o câncer.
O teste clínico, realizado em mulheres com câncer de mama triplo-negativo, está sendo conduzido por uma equipe da Christie NHS Foundation Trust, em Manchester, no Reino Unido.
Os médicos suspeitam que são as propriedades anti-inflamatórias da aspirina, e não seu efeito analgésico, que auxiliam no tratamento.
Contudo, oi estudos em animais já mostraram resultados encorajadores.
Mulheres mais jovens
Há algumas evidências de que a aspirina pode ajudar a prevenir alguns outros tipos de câncer e diminuir o risco de propagação da doença.
Cerca de 8 mil mulheres são diagnosticadas com câncer de mama triplo-negativo no Reino Unido a cada ano — um tipo de câncer de mama menos comum, mas geralmente mais agressivo, que afeta desproporcionalmente mulheres mais jovens e negras.
Esses tumores não possuem os receptores que alguns outros cânceres de mama têm.
O que significa, portanto, que certos tratamentos, como o herceptin, não vão funcionar. Embora outros medicamentos e tratamentos possam ajudar
‘Particularmente extenuante’
No teste, financiado por um programa de pesquisa administrado pela instituição Breast Cancer Now, algumas pacientes vão tomar aspirina, assim como o medicamento avelumabe de imunoterapia, antes de serem submetidas à cirurgia e quimioterapia.
Se o teste for bem-sucedido, pode haver mais ensaios clínicos com aspirina e avelumabe para combater o câncer de mama triplo-negativo secundário, incurável — quando as células cancerosas que começaram na mama se espalham para outras partes do corpo.
Nova opção
“Nem todos os cânceres de mama respondem bem à imunoterapia”, diz a pesquisadora Anne Armstrong, líder do estudo.
“Testar o uso de uma droga como a aspirina é empolgante porque ela está amplamente disponível e é barata de produzir.”
Rebecca Lee disse que as descobertas em laboratório sugeriram que a aspirina pode tornar certos tipos de imunoterapia mais eficazes.
Evitando, assim, que o câncer produza substâncias que enfraquecem, então, a resposta imunológica.
“Esperamos que a aspirina possa atenuar a inflamação ruim para que o sistema imunológico possa prosseguir com o trabalho de matar as células cancerosas”, afirma.