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Outubro Rosa – Mais de 40% dos casos de câncer de mama acontecem antes dos 50 anos

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2021-10-01 13:17:16

 

Uma pesquisa feita com 2.950 mulheres, de 22 centros de saúde em nove estados brasileiros, mostrou que 43% delas tinham idade inferior a 50 anos no momento do diagnóstico.

 

Das que tinham menos de 40 anos, 36,9% estavam no estágio 3 da doença, considerado localmente avançado. O estudo foi conduzido pelo Grupo Latino-Americano de Oncologia Cooperativa, que reúne 147 pesquisadores de 70 instituições, juntamente com o Grupo Brasileiro de Estudos do Câncer de Mama e apoio do Instituto Avon.

O Ministério da Saúde recomenda a mamografia a partir dos 50 anos. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) indica o exame a partir dos 40 – antes disso, só para grupos de risco. “Se na consulta o médico perceber se tratar de caso familiar, que tem mutação genética, começamos o rastreamento a partir de 25 anos com mamografia e ressonância magnética”, afirma Vilmar Marques, vice-presidente da SBM. Ambas as orientações se baseiam na análise de estudos clínicos.

 

Diagnóstico tardio

Além de recomendar o exame para mulheres entre 50 e 69 anos, o Ministério da Saúde orienta que ele seja feito a cada dois anos. Outro dado do estudo que chamou a atenção dos pesquisadores é que, do total de mulheres, 34% descobriram o câncer ao fazer exame de rotina, sem ter tido sinais ou sintomas prévios. Pesquisa feita pelo Ibope Inteligência a pedido da Pfizer com 2 mil brasileiros, apontou que quase 80% das pessoas acreditam que o toque nas mamas é a principal medida para identificar a doença em estágios iniciais. Muitas vezes, porém, quando o tumor é palpável, já está em níveis avançados.

Na questão do acesso ao exame de mamografia, o Brasil tem mais de 5 mil mamógrafos espalhados pelo território, mais do que a proporção recomendada que é de um para cada 240 mil habitantes. A desigualdade na distribuição dos equipamentos, porém, é um desafio. Estudo publicado em fevereiro de 2019 pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem mostra que, no Sistema Único de Saúde (SUS), com 2.102 aparelhos disponíveis no País, o Estado de São Paulo é o mais privilegiado (402 mamógrafos) enquanto o Amapá tem o maior déficit.

 

Vacinação e prevenção ao câncer

Embora não haja uma forma universal de “prevenir o câncer”, o cuidado permanente com a saúde diminui os riscos. Também há vacinas muito importantes nesse quesito, como a vacina contra o HPV. O Papilomavírus Humano (HPV) infecta a pele ou mucosas e pode causar verrugas e tumores. O recomendado é aplicar a vacina contra o HPV antes do início da vida sexual, já que ela não é eficaz para tratar infecções ou lesões por HPV já existentes – mas não apenas neste período da vida. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece a vacina do HPV para meninas de 9 a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos, mulheres imunossuprimidas de 9 a 45 anos e homens imunossuprimidos de 9 a 26 anos, pois também podem ser contaminados pelo HPV. Um dos motivos para a ampliação da cobertura vacinal nas mulheres é que a faixa-etária antiga não abarcava muitas mulheres em risco.

O câncer de colo de útero é o terceiro tipo de câncer mais frequente entre as mulheres no Brasil e o quarto mais fatal, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca). Segundo estudos, o HPV está envolvido em quase 100% dos casos de câncer de colo do útero. Para que a imunização tenha sucesso, o armazenamento correto das vacinas em câmaras científicas é um fator fundamental. Somente equipamentos específicos para a conservação de vacinas, que mantêm a temperatura na faixa de 2°C a 8°C, podem ser utilizados para este fim, pois eles proporcionam as condições certas para que os imunizantes mantenham sua integridade e sua eficácia. O mesmo cuidado na conservação se aplica a medicamentos oncológicos termolábeis.