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Estudo aponta viagra como medicamento candidato ao tratamento contra Alzheimer

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2021-12-14 19:20:03

 

Após revolucionar o tratamento de disfunção erétil entre homens, o Viagra pode se tornar medicamento para prevenir e tratar o Alzheimer: essa é a conclusão de um novo estudo, realizado pela Clínica Cleveland, de Ohio, nos Estados Unidos, e liderado pelo pesquisador Feixiong Cheng, do Instituto de Medicina Genômica da Clínica Cleveland Clinic.

 

Publicado na revista “Nature Aging”, o estudo trabalhou com milhões de dados a respeito do uso do sildenafil, substância ativa do Viagra, cruzando dados com outros potenciais tratamentos para a doença, e os resultados são animadores.

Segundo Cheng, o estudo aponta uma redução de 69% na ocorrência do Alzheimer ao longo de um acompanhamento de 6 anos, em relação a grupos de pessoas que não usaram o medicamento. A pesquisa cruzou também o uso do sildenafil com outros medicamentos, demonstrando reduções igualmente consideráveis. Entre pacientes tratados com losartan, remédio de prescrição médica para hipertensão, a entrada do Viagra reduziu o risco do Alzheimer em 55%; entre quem combinou metformina e o sildenafil, a redução foi de 63%.

Ainda de acordo com a pesquisa, a combinação com o medicamento diltiazem, para pressão alta, a redução foi de 65%. Essa não é a primeira vez que é descoberto outro uso medicamentoso para o Viagra: a ciência comprovou a eficácia do uso do sildenafil também para hipertensão pulmonar, doença que dificulta a passagem do sangue pelas artérias e veias pulmonares. Estudos anteriores apontam que o medicamento apresenta ação eficaz como vasodilatador pulmonar.

A pesquisa mais recente sobre o uso do Viagra para Alzheimer foi realizada a partir de um modelo computacional, sobre dados de mais de 7 milhões de pacientes: os pesquisadores lembram, porém, que o levantamento é somente um primeiro passo, que exige estudos clínicos para comprovar a eficácia do sildenafil. “Este artigo é um exemplo de uma crescente área de pesquisa da medicina de precisão, em que o big data é a chave para conectar pontos entre medicamentos existentes e doenças complexas como o Alzheimer”, afirmou Jean Yuan, diretor do Instituto Nacional do Envelhecimento, do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, em inglês), financiador da pesquisa.