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Proibição do cigarro eletrônico pela Anvisa: oportunidade para ampliação dos serviços farmacêuticos contra tabagismo nas farmácias

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Foto: Shutterstock

O acompanhamento farmacoterapêutico poderá ser uma ferramenta interessante para avaliação do sucesso da empreitada e a avaliação dos resultados parciais.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), decidiu manter a proibição de importação, propaganda e venda de cigarros eletrônicos no Brasil. A restrição começou em 2009, mas a comercialização continua ocorrendo de forma ilegal no País. Os cigarros eletrônicos também são conhecidos popularmente por vape ou pod.

Por unanimidade, a diretoria seguiu voto proferido pela diretora Cristiane Rose Jourdan. De acordo com a diretora, estudos científicos demonstram que o uso dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) está relacionado com aumento do risco de jovens ao tabagismo, potencial de dependência e diversos danos à saúde pulmonar, cardiovascular e neurológica.

A proibição gera uma oportunidade para a ampliação dos serviços farmacêuticos para ajudar os clientes a pararem de fumar.

Cada farmacêutico poderá desenvolver uma estratégia própria dependendo de sua facilidade na ferramenta a ser proposta como meio de sensibilizar o fumante quer seja de cigarro eletrônico ou o cigarro comum, bem como, as características do fumante e seu cenário de vida. “Acredito que, inicialmente, o diálogo “olhos nos olhos” seja uma estratégia muito interessante, porque o farmacêutico poderá esclarecer as dúvidas do fumante, considerando que é um vício e, como tal, não é fácil a trajetória do usuário nesse processo a ser caminhado e, como consequência, a superação do cigarro, mas que o usuário poderá contar com ajuda profloissional e estratégias para facilitar esse desafio. Acho interessante que esse processo seja acompanhado por equipes multidisciplinares dependendo das dificuldades encontradas por cada pessoa”, defende a farmacêutica responsável pela Farmácia Universitária da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, Maria Aparecida Nicoletti.

Luta contra o tabagismo nas farmácias

No diálogo é possível de o farmacêutico verificar o cenário de vida da pessoa e, com isso, ser mais assertivo em selecionar o mecanismo de ajuda considerando que são pequenos passos a serem estabelecidos e, muitas vezes, as pessoas desconhecem as consequências deletérias em longo prazo, quer seja para o cigarro comum ou para o cigarro eletrônico.

“Acho imprescindível que o farmacêutico conscientize dos malefícios do uso e dos benefícios da superação do vício e a honestidade em se discutir todas as dificuldades a serem vencidas pelo fumante. A pessoa precisa ter decidido parar com o vício e não delegar às ferramentas de ajuda para o êxito neste desafio.  O que acontece na maioria dos casos é que o fumante acredita que os recursos utilizados é que o farão parar com o vício, e isso não é verdade. Os recursos ajudam, entretanto, é a decisão do indivíduo em parar que será decisiva para o sucesso da empreitada e ele precisa ter responsabilidade em todo o processo. Deve-se, também, informar todo o impacto decorrente da abstinência do cigarro de maneira que o indivíduo tenha consciência de seu quadro”, explica Maria Aprecida.

O acompanhamento farmacoterapêutico poderá ser uma ferramenta interessante para avaliação do sucesso da empreitada e a avaliação dos resultados parciais.  Além disso, a posição do farmacêutico permite avaliar se as estratégias estão sendo eficazes ou não, as dificuldades vivenciadas, se houve recaídas, os problemas vivenciados durante uma e outra consulta farmacêutica para se ajustar as ferramentas necessárias e o estímulo necessário para vencer as dificuldades.

Também, o farmacêutico poderá orientar outros locais que o fumante poderá contar com suporte a esse processo como os grupos de tabagismo de Unidades Básicas de Saúde (UBS) ajudam fumantes a deixar o vício em equipes multidisciplinares que serão extremamente úteis durante todo o processo.

Para ampliar o serviço contra o tabagismo na farmácia é importante que todos os recursos disponíveis sejam divulgados através de material escrito, vídeo, campanhas  nas redes sociais, além da disponibilização da ferramenta de telefarmácia, para um acesso mais privativo, onde profissional e paciente possam se expressar à vontade para o entendimento da problemática que envolve o processo de largar o vício, caso o indivíduo se senta à vontade por este mecanismo de comunicação e tiver domínio de seu manejo.

Fonte: Guia da Farmácia