Foto: Panorama Farmacêutico
Não só a carteira dos consumidores brasileiros está com a saúde debilitada. As empresas do varejo farmacêutico também se veem forçadas a priorizar a redução de custos para conter o peso da inflação. É o que indicou a última enquete do Panorama Farmacêutico.
Do total de assinantes do portal que manifestaram suas impressões, 54% mencionaram o corte de gastos operacionais como primeira consequência da inflação. Outros 21% citaram a diminuição do mix de produtos, enquanto 17% destacaram o maior nível de despesas com a gestão da cadeia de suprimentos, enquanto somente 8% chegaram ao ponto de estancar investimentos em infraestrutura.
A inflação acumulada atingiu 27% nos últimos 27 meses, acompanhada do crescimento de 103% na renda informal. Resultado: segundo a Kantar, o valor desembolsado com uma cesta de 120 categorias – na qual figuram medicamentos e itens de higiene e beleza – aumentou 13%. Mas o volume levado para casa caiu 5%.
Redução de custos deve vir junto da fidelização do cliente
Esse cenário vem impedindo os brasileiros de manter o patamar de compra anterior à pandemia, o que provoca um efeito cascata e torna a redução de custos um caminho necessário. Mas Daniela Jakobovski, consultora da Kantar, entende que essa decisão deve estar acompanhada de um maior compromisso com a fidelização.
Para ela, as farmácias de bairro, cujo crescimento em penetração chegou a dois pontos percentuais durante a pandemia, têm um cenário convidativo. “Esses 2% correspondem a 1 milhão de shoppers que encontraram no pequeno e médio varejo um canal de compra prioritário durante a pandemia. E como esse setor tem como principal ativo a corrida por preços e promoções, a rota para conquistar o cliente está traçada”, ressalta.
Marca própria como alternativa
À medida que o consumidor aperta o freio, avança a procura por marca própria nas farmácias. De acordo com levantamento da Nielsen, encomendado pela Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro), a comercialização dessa categoria no varejo farmacêutico aumentou 36% nos cinco primeiros meses de 2022, em comparação ao mesmo período de 2021.
“E as estimativas são de consolidação desse desempenho. O varejo vem se mostrando um canal primordial na estratégia de construção de marcas próprias, a exemplo do que vemos nos supermercados e também no segmento de vestuário”, avalia a presidente da Abmapro, Neide Montesano.
Fonte: Panorama Farmacêutico