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Falta de medicamentos afeta farmácias públicas e privadas de todo o Brasil

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Foto: Reprodução

Encontrar medicamentos em farmácias tem se tornado cada vez mais complicado nas últimas semanas para os consumidores paulistas. A escassez de remédios em todo o Brasil, causados pela falta de insumos farmacêuticos e matérias-primas, tem causado complicações a pacientes na rede pública e privada. Em Ribeirão Preto, a situação não é diferente e chegou a faltar antibióticos nas unidades públicas de saúde (confira ao final da matéria).

Segundo levantamento feito entre os dias 19 e 30 de maio, pelo Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP), através de questionário on-line, 98,5% dos mais de 1,1 mil farmacêuticos entrevistados apontaram falhas no abastecimento de medicamentos. De acordo com o CRF-SP, a maioria dos que responderam à pesquisa trabalham em farmácias particulares.

Dentre os principais remédios em falta apontados pelos farmacêuticos, segundo o CRF-SP, estão antibióticos (como amoxicilina e azitromicina), mucolíticos (acetilcisteína e ambroxol), antialérgicos (entre os mais citados, a loratadina), e analgésicos (como dipirona, ibuprofeno e paracetamol). Por isso, muitos médicos e dentistas estão prescrevendo diferentes medicamentos, na tentativa de que o cliente encontre algum dos remédios disponível no mercado.

Situações como a guerra na Ucrânia e o lockdown na China geraram problemas logísticos para o atendimento das demandas de insumos e medicamentos. A indústria farmacêutica brasileira é altamente dependente de importações; com a baixa oferta de remédios no mercado, houve alta na procura e nos preços praticados pelos fornecedores.
 

Situação dos municípios

Já uma pesquisa mais recente divulgada pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) nesta sexta, 15, aponta que mais de 80% das quase 2,5 mil prefeituras entrevistadas estão sofrendo com problemas de desabastecimento de remédios nas farmácias públicas.

A falta de amoxicilina (antibiótico) foi apontada por 68% (1.350) dos municípios que responderam a esse questionamento, segundo a CNM. A ausência de Dipirona na rede de atendimento municipal (anti-inflamatório, analgésico e antitérmico) foi apontada por em 65,6%, ou 1.302 cidades.

Em 28,5% dos municípios, houve problemas de falta de insumos básicos hospitalares, como seringas, gazes, agulhas e ataduras, utilizados em operações de baixa complexidade, de acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM).


Como está Ribeirão Preto?

Em Ribeirão Preto, a Prefeitura informou que as farmácias da rede pública, administradas pela Fundação Hospital Santa Lydia desde julho de 2021, também tiveram alguns problemas de falta de remédios na última semana.

Segundo a Fundação, que é responsável por fornecer os medicamentos dos Pronto Atendimentos (UPAS e UBDSs), o estoque do antibiótico amoxicilina chegou a zerar na sexta-feira, 8. O medicamento só foi reposto na terça-feira, 11. 

Os aumentos dos valores dos medicamentos também estão encarecendo os problemas na rede pública – em comparação com 2021, as altas nos preços chegam a mais de 22%, de acordo com o Santa Lydia.  Dipirona injetável e soro injetável, que também estão em falta em diferentes localidades brasileiras, não chegaram a ficar em falta – a Secretaria da Saúde garante que há estoque desses itens.

A falta de medicamentos em todo o território nacional será assunto de encontro em Brasília (DF) na próxima quarta-feira, 20. A audiência com o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, terá a participação do prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB), que também é secretário-geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). 

Fonte: Revide