O campo de atuação da farmácia está se tornando mais amplo e isso proporciona ao profissional um leque de opções além da farmácia comunitária, que é a primeira porta de entrada, para muitos farmacêuticos, no mercado de trabalho
A farmacêutica, doutora em farmacologia, expert e estrategista na área de farmácia clínica, influenciadora e criadora de conteúdo na área de farmácia e professora, Tati Mota, dona do perfil @tatimotab, conversou com exclusividade com o portal Guia da Farmácia sobre o correto posicionamento do farmacêutico e outros dilemas da profissão.
“Meu perfil não nasceu para eu ensinar conteúdos técnicos. Eu queria apenas mostrar os eventos que eu ia e compartilhar algumas reflexões. Comecei sem saber nada de marketing, como fazer posts, nada disso. Eu só estava compartilhando o que eu achava que deveria, não era intencional e nem direcionado para um público específico. Foi no meio da pandemia, em 2020, que bateu o tédio de estar trancada em casa, que comecei a fazer mais posts com ensinamentos, mas eram posts que atingiam tanto farmacêuticos como pessoas que não são da área. Logo comecei a entender que postar por postar não tinha mais sentido. Eu estava vendo o digital crescer na pandemia e sabia que era uma oportunidade para o meu trabalho alcançar mais pessoas”, conta a farmacêutica.
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“Eu entendi que para fazer daquilo o meu trabalho era preciso aprender marketing, e comecei a pesquisar sobre cursos de marketing, a seguir pessoas que falavam sobre isso, a assistir aulas de YouTube e a conversar com pessoas que já estavam no meio digital. Um tempo depois, comecei a fazer lives no meu Instagram, sem intenção de ter um curso a princípio, porque eu não sabia bem como fazer isso e nem como vender meu conhecimento na internet. Foi durante essas lives que as pessoas começaram a me perguntar se eu tinha um curso meu e só assim eu percebi que poderia lançar um produto. A ideia estava plantada na minha cabeça, mas não sabia como tirar o projeto do papel. Eu fazia parte da comunidade de marketing do Ícaro, O Novo Mercado, e resolvi deixar lá no grupo a minha dúvida. No ONM conheci meu ex-sócio e tiramos o projeto do papel. Assim nasceu o meu produto digital, o Tatiflix”, celebrou Tati.
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Esse foi seu primeiro passo concreto na construção da carreira digital. Depois desse lançamento, ela profissionalizou seu Instagram, começou a estudar mais e a entender sobre como as coisas funcionavam. Assim, desde 2021 investe nela como influenciadora, empresária e farmacêutica. “Também foi em 2021 que concretizei um outro grande projeto: lançar uma capacitação completa em atendimento farmacêutico, o Treinamento FarmaPRO. Já neste ano fui contratada como influencer farmacêutica da Centrum. A principal mensagem que tento levar para o meu público é que é possível ser um profissional de destaque no mercado, que é possível o farmacêutico alcançar novos patamares na carreira e ter sucesso na nossa profissão. E para que tudo isso aconteça é necessário o farmacêutico se posicionar, ter uma boa comunicação e ocupar o lugar de protagonista na farmácia e não se esconder atrás das receitas”, defende Tati, explicando que a diferença entre um farmacêutico e um entregador de caixinhas está na postura e no posicionamento. “Um farmacêutico tem consciência do que precisa ser feito para resolver o problema do paciente. Ele vai além do medicamento, e foca principalmente no cuidado, e não na venda. A venda é apenas a consequência. O que eu faço hoje nas minhas redes sociais não é só levar conteúdo técnico sobre atendimento clínico farmacêutico e farmacoterapia. Desde o início a minha mensagem também é sobre mudança de mentalidade, que foi o que mudou o rumo da minha vida”, conta a influenciadora.
Tati acredita que o campo de atuação da farmácia está se tornando mais amplo e isso proporciona ao profissional um leque de opções além da farmácia comunitária, que é a primeira porta de entrada, para muitos farmacêuticos, no mercado de trabalho. No entanto, ela alerta que isso também eleva o nível profissional e cada vez mais o farmacêutico que domina tanto as soft skills e hard skills ganharão destaque e ocuparão os melhores lugares no mercado.
“Outro ponto é que cada vez mais temos mais farmacêuticos no mercado e isso vai estreitando as portas e selecionando cada vez mais os profissionais. Eu acredito que nos próximos 10 anos teremos mais farmacêuticos com consultórios farmacêuticos e se destacando no mercado. Pessoas que realmente fazem acontecer. Então, os farmacêuticos fazedores vão ocupar o lugar dos entregadores de caixinhas”, defende a especialista.