O horizonte está favorável para o crescimento das farmácias brasileiras. Segundo a última enquete do Panorama Farmacêutico, seis de cada dez leitores projetam a evolução do setor em 2022, tanto em faturamento como em quantidade de vendas na comparação com o ano passado.
Para 63% dos assinantes que emitiram sua opinião, o varejo farmacêutico termina o ano em um patamar superior, sendo que 51% destacam o avanço em receita e também em volume. Somente 20% mencionaram estagnação e 17% indicaram retração.
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Os principais indicadores setoriais até o terceiro trimestre apontam um caminho mais promissor para as grandes redes e as empresas que buscam uma estruturação coletiva por meio de modelos como o associativismo.
Como exemplo, as 26 varejistas que integram a Abrafarma obtiveram faturamento de R$ 58,85 bilhões entre janeiro e setembro, uma evolução de 17,4% sobre o mesmo intervalo do ano passado. O volume de clientes que passaram pelas lojas também avançou na mesma proporção, subindo de 697 mil para 800 milhões. “Estamos falando de uma média diária de 2,9 milhões de atendimentos. Os números mostram que as farmácias seguem ganhando relevância como centros de atenção primária à saúde”, ressalta Sergio Mena Barreto, CEO da Abrafarma.
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Como exemplo dessa importância das farmácias, o executivo destaca os mais de 6,6 milhões de testes rápidos da Covid-19 realizados no período. Para absorver essa demanda, as redes aceleraram o recrutamento de farmacêuticos. Hoje, 30,8 mil profissionais da área atuam nas farmácias, contra 28,8 mil de 2021. Eles já respondem por 20,5% do total de funcionários e colaboradores.
Associativismo também puxa crescimento das farmácias
O ano também é de marcas históricas alcançadas pelas farmácias associativistas que integram a Abrafad, cujo faturamento chegou a R$ 5 bilhões. O resultado supera a meta inicial de R$ 4,5 bilhões e representa um avanço de 18% sobre o ano passado, de acordo com indicadores da IQVIA.
A entidade termina o ano com 5 mil PDVs distribuídos por quase 1.800 municípios em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal.
“Fortalecemos as operações especialmente em mercados como Minas Gerais e Nordeste, sede de 11 redes do grupo”, explica o diretor executivo Nilson Ribeiro. Os resultados superiores às expectativas balizam os objetivos de 2023. “Miramos os R$ 6 bilhões de receita e 5,6 mil unidades em território nacional”, antecipa.
Aposta na capilaridade
A Farmarcas, por sua vez, estima fechar 2022 com 1.400 lojas e R$ 6 bilhões de faturamento. Em dois anos, a expectativa é chegar a R$ 8 bilhões. Segundo o diretor geral Paulo Costa, a administradora vem trabalhando para ampliar a capilaridade para cidades remotas e de difícil acesso.
“Estamos registrando crescente interesse de empresários em aderir a nossas bandeiras em municípios menores, mas preconizamos um processo seletivo rigoroso que cultiva o trabalho de quem já é associado. Tanto que mais de 80% das nossas lojas são montadas por empreendedores que já têm uma farmácia da rede”, explica.
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Fonte: Panorama Farmacêutico