Depois de quase três anos de pandemia, é perceptível a transformação nos hábitos de consumo, a jornada phygital e o relacionamento entre consumidores e marcas.
De acordo com a pesquisa global do Ipsos publicada no início de janeiro, os consumidores brasileiros estão animados em relação ao ano de 2023. Cerca de 85% disseram estar mais otimistas do que em 2022. É importante destacar que o grau de otimismo no Brasil é o maior dentre vários países pesquisados, a média global é de 65%.
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Depois de quase três anos de pandemia, é perceptível a transformação nos hábitos de consumo, a jornada phygital e o relacionamento entre consumidores e marcas. A adaptação à nova realidade foi necessária e, consequentemente, notam-se mudanças nos valores e na maneira como as pessoas passam a priorizar as questões do dia a dia.
Neste artigo trago uma curadoria de alguns estudos sobre as tendências de 2023, como Euromonitor, Mintel, GFK, a fim de entender alguns comportamentos de consumo que as empresas devem estar atentas como: “compradores cautelosos”, “eco- econômicos”, “consumidores exaustos”, “consumidores & tecnologia”, “consumidores protagonistas”, “consumidores polarizados”.
Num momento de incertezas, uma das tendências que se destaca é sobre os consumidores mais cautelosos na hora de comprar em função do cenário inflacionário, observa-se uma propensão maior à poupança para ter mais segurança, ao consumo de marcas próprias dos varejistas e a compra em canais com preços mais baixos como o atacarejo.
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Os consumidores eco-econômicos estão preocupados com a poluição, o melhor uso dos recursos naturais, o desperdício, o uso de itens por mais tempo, tudo isso vem impulsionando o consumo consciente. A economia circular é uma das alternativas desta tendência especialmente no segmento da moda e vestuário.
Consumidores exaustos estão em busca pelo equilíbrio, querem rever suas rotinas para reduzir o stress, ter uma alimentação mais saudável, praticar atividades físicas de maneira frequente e ter hábitos de saúde preventivos. As pessoas valorizam cada momento de lazer onde podem relaxar e tentam equilibrar trabalho e vida pessoal.
A relação dos consumidores e a tecnologia vem sofrendo transformações, pois consumidores passam a ter uma jornada cada vez mais phygital, utilizando aplicativos diversos nos smartphones para facilitar seu dia a dia, interagindo com robôs, utilizando dispositivos de realidade virtual etc. Ao mesmo tempo que adotam a tecnologia no uso, esperam uma humanização no relacionamento com as marcas. Há uma preocupação muito forte em relação ao uso mais inteligente das telas, evitando o excesso de horas em conexão.
Os consumidores protagonistas querem estar no centro das marcas, se tornam coautores de inovação, conteúdos e influenciam outros clientes com recomendações e sugestões. O fortalecimento dos influenciadores de diversos níveis, especialmente os nano e micro influenciadores.
Para finalizar, trago uma questão que tem sido tema de debate em vários países do mundo, os consumidores polarizados no âmbito político e social, que expressam seu posicionamento político ativamente por meio das redes sociais e aplicativos de mensagens. A divisão da sociedade afeta diretamente a relação do consumidor com as marcas e seus influenciadores.
Ao comparar com os comportamentos mais relevantes de 2022, notamos que não há grandes novidades ou diferenças, mas vale ressaltar que os consumidores estão em busca de melhores experiências ao consumir produtos e serviços, estão mais pragmáticos ao comprar e tendem a valorizar as marcas que se posicionam de maneira clara frente a temas como diversidade, meio ambiente, desigualdade socioeconômica entre outros. Por outro lado, fica mais evidente que certas mudanças de hábitos de consumo se consolidaram nos últimos anos.