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Exclusivo: como tornar a farmácia mais acessível a pessoas com deficiências

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Uma das ações mais importantes no varejo farma é capacitar os farmacêuticos para o atendimento inclusivo e centrado no paciente, livre de capacitismo.

 

Um levantamento feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que, em 2019, 8,4% da população brasileira acima de dois anos de idade tinha algum tipo de deficiência. No mesmo ano, a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), em parceria com a Toluna, realizou um estudo sobre os hábitos de compra da população que possui algum tipo de deficiência.

 

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O estudo mostrou que, na época, 37% dos entrevistados afirmaram consumir mensalmente em drogarias e farmácias. Os dados fornecem um bom panorama para a questão da acessibilidade no canal farma, um assunto bastante discutido pelo setor, mas com alguns avanços e ainda um longo caminho pela frente. “O tema é amplo e não estamos falando apenas de tornar a farmácia acessível do ponto de vista de uma deficiência motora, considerando questões como rampas e escadas. Estamos falando em ser acessível do ponto de vista da deficiência visual ou auditiva, por exemplo”, comenta o presidente da SBVC, Eduardo Terra.

 

Conselho Federal de Farmácia (CFF), pensando em trazer acessibilidade e evitar a barreira na comunicação, lançou um curso de libras para farmacêuticos. Além disso, o Conselho Regional de Farmácia de São Paulo (CRF-SP) possui o Grupo Técnico de Trabalho (GTT) Farmacêutico à Pessoa com Deficiência, que foi criado em agosto de 2020, também com o objetivo de discutir acessibilidade e inclusão dentro das farmácias”, comenta a coordenadora deste Grupo no CRF-SP, Dra. Grayce Miguel França.

 

 

Uma das ações mais importantes no varejo farma é capacitar os farmacêuticos para o atendimento inclusivo e centrado no paciente, livre de capacitismo; remover a barreira atitudinal; e atender com empatia, para que sejam profissionais mais comprometidos com a inclusão e mais humanistas ao atender as pessoas com deficiência. 

 

“É necessário também que as farmácias comecem a pensar mais sobre a estrutura física, bem como na melhoria do atendimento farmacêutico voltado à pessoa com deficiência, além de aprimorar a comunicação de forma inclusiva e acessível”, diz a Dra. Grayce.

 

Para Terra, algumas ferramentas podem impactar positivamente a questão da acessibilidade nas farmácias e uma delas está na venda on-line. “A digitalização das farmácias se tornou um grande apoio à acessibilidade. Hoje, em grande parte das farmácias brasileiras, há televendas, atendimento por WhatsApp e outros canais digitais, o que, para uma pessoa com dificuldade de locomoção, tornou-se uma grande solução”, comenta.

 

Foto: Reprodução
Fonte: Guia da Farmácia