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Novo modelo pode prever melhor o estágio da doença de Alzheimer

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Pesquisadores holandeses desenvolvem ferramenta que personaliza previsões de declínio cognitivo para melhorar o cuidado dos pacientes

 

 

Pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Amsterdã desenvolveram um modelo capaz de prever o declínio cognitivo em indivíduos com comprometimento cognitivo leve ou demência leve devido à doença…

O trabalho representa um passo significativo para aprimorar o cuidado e a previsão da progressão da doença de Alzheimer, que afeta cerca de 1,2 milhão de pessoas no Brasil. 

 

Como o modelo foi desenvolvido

Os pesquisadores recrutaram os participantes do Amsterdam Dementia Cohort, um grupo de estudo que acompanha pessoas com sintomas de Alzheimer ao longo do tempo. Entre eles, 310 tinham comprometimento cognitivo leve e 651 tinham demência leve. A idade média dos participantes era de 65 anos, e quase metade deles eram mulheres.

Para avaliar os participantes, os especialistas usaram o Mini-Mental State Examination (MMSE), um teste curto e usado em consultório que mede a capacidade cognitiva geral das pessoas, como memória e habilidades de pensamento.

A pontuação máxima nesse teste é 30, e pontuações mais baixas indicam maior comprometimento cognitivo. Durante o estudo, as pontuações do MMSE de todos os participantes diminuíram, refletindo um declínio nas habilidades cerebrais. Para aqueles com comprometimento cognitivo, as pontuações caíram de uma média de 26,4 no início para 21 após cinco anos. Já os participantes com demência leve apresentaram uma queda mais acentuada, de uma média de 22,4 para 7,8 no mesmo período.

Utilizando esses resultados, juntamente com exames de imagem cerebral e outras análises laboratoriais, os pesquisadores criaram um modelo estatístico que prevê como as pontuações do MMSE mudarão ao longo do tempo para cada indivíduo. Esse modelo permite prever a progressão do declínio cognitivo de maneira personalizada, proporcionando uma ferramenta valiosa para o manejo clínico da doença.

 

 

 

 

Importância para pacientes e cuidadores

Os autores do estudo destacam que o modelo pode um dia ser usado para adaptar o cuidado de pacientes com Alzheimer, pois oferece uma primeira tentativa de prever os sintomas que poderão ser sentidos pelos pacientes, o que proporcionaria uma previsão do declínio cognitivo de maneira individualizada.

Os especialistas também argumentam que  prever como os sintomas de comprometimento cognitivo leve ou Alzheimer precoce podem mudar ao longo do tempo é vital para que as pessoas com demência e seus cuidadores possam se preparar para o futuro, levando a um melhor cuidado.

 

Desenvolvimentos futuros e aplicação clínica

Os cientistas já desenvolveram um protótipo de aplicativo para médicos, que inclui uma folha de comunicação destinada a compartilhar previsões com pacientes e cuidadores, além de fornecer informações sobre a doença, diagnóstico e prognóstico. Segundo os autores, as previsões também podem ser usadas por um clínico para discutir com o paciente o potencial efeito de um tratamento.

Embora ainda seja um modelo inicial, este avanço estabelece as bases para ferramentas prognósticas que não apenas fornecerão uma visão do que pode ser esperado ao longo da jornada da doença, mas também como alterar esse curso abordando diversos fatores de risco modificáveis, visando melhorar a saúde e a função cognitiva por mais tempo.

 

 

 

Fonte: VEJA
Foto: Freepik