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Estudo aponta risco maior de doenças autoimunes de tecido conjuntivo após infecção por covid-19

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Pesquisa revela forte associação entre a infecção viral e o desenvolvimento de condições autoimunes, destacando o impacto de fatores como variantes, gravidade da doença e vacinação na predisposição

 

 

Um estudo abrangente realizado na Coreia do Sul identificou um aumento significativo no risco de desenvolvimento de doenças autoimunes em pessoas infectadas pelo COVID-19. A pesquisa, que analisou um amplo conjunto de dados populacionais, considerou fatores como idade, gênero, gravidade da infecção, variantes do vírus e o status vacinal dos participantes. Os resultados destacaram uma forte associação entre a infecção e o surgimento dessas condições, com diferenças notáveis nos padrões de risco.

Os dados revelaram que indivíduos infectados apresentaram maior probabilidade de desenvolver uma variedade de doenças autoimunes, incluindo alopecia areata, vitiligo, doença de Behçet, doença de Crohn, colite ulcerativa, artrite reumatoide, lúpus eritematoso sistêmico, síndrome de Sjögren e espondilite anquilosante.

Essa predisposição variou entre os gêneros e faixas etárias: enquanto homens demonstraram maior risco para doenças como vitiligo, doença de Crohn e artrite, mulheres apresentaram maior suscetibilidade a condições como alopecia totalis e penfigoide bolhoso. Além disso, jovens com menos de 40 anos mostraram maior risco para alopecia areata e colite ulcerativa, enquanto indivíduos acima dessa faixa etária foram mais propensos a desenvolver doenças como síndrome de Sjögren e doença de Crohn.

 

 

 

 

Outro ponto destacado foi a influência das variantes do vírus no risco de doenças autoimunes. Durante o período de predominância da variante Delta, o risco para algumas condições, como lúpus e síndrome de Sjögren, foi significativamente maior em comparação à fase de circulação da variante Ômicron. Da mesma forma, a gravidade da doença desempenhou um papel relevante: pacientes com quadros graves, que necessitaram de internação em UTI, apresentaram um risco ainda mais elevado de desenvolver doenças como psoríase, sarcoidose e condições autoimunes intestinais.

A pesquisa também ressaltou a importância da vacinação como uma estratégia eficaz para mitigar esses riscos. Pessoas vacinadas apresentaram menor probabilidade de desenvolver doenças autoimunes após a infecção, destacando o papel da imunização na prevenção de complicações associadas ao COVID-19.

Apesar da relevância dos achados, o estudo apresenta algumas limitações. A análise foi realizada em uma única população, o que restringe a generalização dos resultados para outras etnias. Além disso, a falta de informações sobre predisposição genética dificulta a compreensão completa dos fatores que contribuem para o desenvolvimento dessas condições.

Em conclusão, o estudo fornece evidências sólidas de que a infecção por COVID-19 pode estar associada ao aumento do risco de doenças autoimunes, com variações dependendo do perfil demográfico, gravidade da infecção e variante viral. Os resultados reforçam a necessidade de mais pesquisas para compreender os mecanismos subjacentes e validar esses achados em populações diversas. Além disso, destacam a vacinação como uma ferramenta essencial para reduzir os impactos de longo prazo da COVID-19 na saúde autoimune.

 

 

Fonte: CFF
Foto: Freepik