A Novo Nordisk enfrenta a queda da patente do Ozempic em julho de 2026.
Laboratórios brasileiros, como EMS e Biomm, preveem lançar similares do medicamento. A concorrência pode reduzir os preços do Ozempic em até 35%, tornando o acessível. A empresa tentou estender a patente, mas a Justiça negou a demanda em 2023. A pesquisa aponta que o Ozempic é vendido a preços até 200 vezes maiores que o necessário.
A fabricante dinamarquesa Novo Nordisk busca ampliar o prazo de propriedade intelectual do medicamento Ozempic, que deve ter sua patente expirada em julho de 2026 no Brasil. A empresa argumenta que a legislação brasileira não foi aplicada de forma razoável, já que a patente foi concedida 13 anos após a solicitação. A Novo Nordisk já recorreu à Justiça para estender a validade da patente até 2036, mas essa demanda foi negada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou inconstitucional a prorrogação de patentes.
Enquanto isso, farmacêuticas brasileiras, como EMS e Biomm, se preparam para lançar versões similares do Ozempic, o que deve resultar em uma queda de preços. Atualmente, o Ozempic é vendido entre R$ 700 e R$ 1.000. Reginaldo Arcuri, presidente do Grupo FarmaBrasil, afirmou que a concorrência permitirá que o produto seja comercializado a um custo mais acessível, embora ainda não seja possível quantificar a redução.
A Novo Nordisk, que já registrou lucros significativos com o Ozempic e o Wegovy, defende que os altos preços são necessários para financiar o desenvolvimento de novos medicamentos. A empresa investiu mais de US$ 10 bilhões nas últimas três décadas para desenvolver essas terapias. No Brasil, o Ozempic custa cerca de R$ 1,2 mil, enquanto o Wegovy pode chegar a R$ 2,3 mil. A expectativa é que a queda da patente leve a uma redução de até 35% nos preços, com versões genéricas sendo disponibilizadas.
A situação é complexa, pois a Novo Nordisk tentou prorrogar a patente, mas a decisão do STF em 2021 limitou o tempo de aproveitamento da patente a menos de sete anos. Especialistas, como a endocrinologista Tarissa Petry, veem com otimismo a chegada de novas medicações, que podem oferecer alternativas seguras e eficazes para os pacientes. A quebra da patente pode, portanto, não apenas democratizar o acesso ao tratamento, mas também estimular a inovação no setor farmacêutico.