Transações analisadas fazem parte de iniciativas como Benefício Farmácia, Programas de Benefício em Medicamentos e Programas de Suporte ao Paciente.
Um levantamento do hub de negócios em saúde Funcional Health Tech revelou uma mudança no cenário da saúde corporativa. Dados coletados pela companhia estimam que o mercado de GLP-1, dos medicamentos popularmente classificados como “emagrecedores”, já representa até 15% dos gastos da categoria.
O montante é equivalente a quase o dobro dos demais medicamentos crônicos, representa 9% de todas as dispensações registradas em 2024 e é reflexo da popularização da categoria e de seu uso off-label.
“Esses medicamentos se tornaram ‘objetos de desejo’, impulsionados por forte apelo comercial e promessas de perda de peso rápida. Diante desse cenário, é essencial uma gestão com governança, que una controles mais rígidos e práticas de compliance a uma jornada de acesso fluida e centrada no paciente. O futuro dos metabólicos já começou e reforça a urgência de ações coordenadas entre empresas, operadoras e profissionais de saúde para garantir o uso racional”, afirma Marcelo Miranda, diretor de varejo e distribuição da Funcional.
Os dados apresentados no levantamento são o resultado da somatória de soluções como Benefício Farmácia (BF), Programas de Benefício em Medicamentos (PBM) e Programas de Suporte ao Paciente (PSP), oferecidos pela Funcional à mais de 180 clientes corporativos.
Público diferente lidera gastos em saúde corporativa
As estatísticas compiladas pela empresa ainda revelam que o perfil dos funcionários que utilizam essa categoria de serviços para a aquisição de medicamentos como Ozempic, Wegovy, Zepbound e Mounjaro é bem diferente dos demais pacientes com diabetes. Enquanto esses medicamentos são mais usados por jovens adultos, os demais antidiabéticos predominam em faixas etárias mais altas.
Além disso, a recorrência de uso também reforça essa tese: 94,8% dos usuários de GLP-1 realizaram apenas uma compra no ano, enquanto apenas 5,2% fizeram duas ou três dispensações. Nenhum usuário atingiu quatro ou mais aquisições, um comportamento que contrasta com os pacientes de antidiabéticos tradicionais, que apresentam alta frequência de compra, indicando melhor aderência e continuidade no tratamento.