SBTox e ABRACIT emitiram nota técnica para orientar profissionais de saúde no Brasil.
Por meio de nota técnica, a Sociedade Brasileira de Toxicologia (SBTox) e a Associação Brasileira de Centros de Informação e Assistência Toxicológica (ABRACIT) emitiram um alerta com orientações aos profissionais de saúde sobre os riscos do trióxido de arsênio (As₂O₃) no Brasil. A medida foi tomada diante do aumento dos casos de intoxicação, especialmente em 2025, impulsionados pela venda descontrolada do produto, inclusive online.
O trióxido de arsênio é altamente tóxico e tem sido historicamente associado a envenenamentos. Por características como fácil ocultação em líquidos e alimentos, ser inodoro e insípido, o trióxido de arsênico (As2O3) foi e parece continuar sendo o veneno de primeira escolha em homicídios e suicídios. “O primeiro semestre de 2025 já concentra o maior número de ocorrências do período, com 32 registros, superando os 22 casos notificados ao longo de todo o ano de 2024”, alerta o texto da nota.
Entre 2020 e 2025, os Centros de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox) vinculados à ABRACIT notificaram 102 casos de envenenamento por compostos arsenicais. O coordenador do Grupo de Trabalho sobre Toxicologia do Conselho Federal de Farmácia (CFF), José Roberto Santin, afirma que, diante desses episódios, “é fundamental que os CIATox estejam adequadamente estruturados e disponham dos antídotos necessários para o tratamento desses agravos”.
Ainda de acordo com a nota, diante da suspeita de intoxicação por arsênio, o acionamento precoce de um CIATox é essencial para viabilizar o diagnóstico laboratorial adequado, obter orientações sobre o manejo clínico e terapêutico inespecífico e antídoto específico, incluindo eventual fornecimento de antídotos para o atendimento.
O diagnóstico laboratorial da intoxicação por trióxido de arsênio (As2O3) em situações de emergência e urgência exige rapidez, precisão e escolha adequada de métodos e matrizes biológicas. A intoxicação aguda por arsênio inorgânico, pode ter apresentação clínica grave e progressão rápida, o que torna o diagnóstico laboratorial essencial para confirmar a exposição, guiar o tratamento e monitorar a evolução.