Para aumentar uso de preservativos no país, Ministério da Saúde diversifica oferta de camisinhas no SUS.
Um levantamento inédito realizado pelo Hospital Moinhos de Vento expôs um cenário alarmante na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS): a prevalência de HIV na população testada chegou a 1,64%, superando em 64% o limite de 1% estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para considerar a epidemia controlada. O dado sugere que o vírus pode estar se disseminando de forma silenciosa no país.
A pesquisa, a primeira testagem sorológica em grande escala no Brasil, avaliou 8 mil pessoas e identificou 81 casos de HIV, além de 558 de sífilis, 26 de hepatite B e 56 de hepatite C. Diferente das estatísticas oficiais, que se baseiam em notificações de pacientes que procuram atendimento, os testes foram aplicados diretamente na população, revelando infecções antes ocultas pela ausência de sintomas ou diagnóstico. Os resultados reforçam a preocupação com grupos vulneráveis, como pessoas negras ou pardas, com menor escolaridade e baixa renda, especialmente entre 30 e 59 anos.
Em resposta ao avanço das infecções sexualmente transmissíveis, o Ministério da Saúde anunciou a distribuição gratuita de dois novos modelos de preservativo pelo SUS — texturizado e fino — além das versões já existentes. A medida busca aumentar a adesão ao uso de camisinha, principalmente entre jovens, e integra a estratégia de Prevenção Combinada, que também inclui PrEP, PEP, testagem, tratamento e ações de educação sexual. Atualmente, dados da Pesquisa Nacional de Saúde indicam que 59% dos brasileiros adultos não usam preservativo em nenhuma relação sexual.