Capacitar o colaborador garante ainda mais essa segurança. Sábado mais 1 curso acontece: Cálculos Farmacêuticos!
Você já desconfiou de um medicamento manipulado por não ter marca famosa ou nem sempre vir embalado em caixas com logotipos conhecidos? Pois saiba: essas fórmulas personalizadas, feitas uma a uma em farmácias magistrais, podem ser tão eficazes e seguras quanto os industrializados. E com vantagens únicas, quando feitos dentro da lei.
Segundo Karina Soeiro, farmacêutica, biomédica e coordenadora do Grupo Técnico de Trabalho em Farmácia Magistral do CRF-SP, cada fórmula manipulada passa por um controle de qualidade rigoroso, que assegura que o medicamento tenha a mesma qualidade, segurança e eficácia de um industrializado, com o diferencial de ser ajustada às necessidades específicas de cada paciente.
“A eficácia de qualquer medicamento está diretamente ligada ao princípio ativo, a molécula responsável pelo efeito terapêutico, e não ao fato de ser manipulado ou industrializado”, explica.
Ou seja, o segredo não está na marca, mas na procedência da matéria-prima e na técnica da farmácia que prepara o produto.
Marco Fiaschetti, farmacêutico e diretor executivo da Anfarmag (Associação Nacional dos Farmacêuticos Magistrais) complementa: “O produto manipulado é feito sob medida, com foco terapêutico individual, respeitando intolerâncias e características específicas”.
Fórmulas que contenham medicamentos sujeitos a prescrição, incluindo controlados, só podem ser produzidas mediante uma receita emitida por profissional habilitado, como médico, nutricionista e dentista. “Já medicamentos isentos de prescrição, alguns fitoterápicos, cosméticos e algumas preparações oficinais podem ser solicitados pelo próprio paciente ou prescritos pelo farmacêutico, conforme prevê a legislação”, afirma Soeiro.
Controle de qualidade
O controle começa na seleção dos fornecedores. “O processo deve iniciar com a aquisição de matérias-primas por fornecedores qualificados e aprovados no controle de qualidade, tanto do distribuidor, quanto pela farmácia”, afirma Fiaschetti.
Além disso, ele explica que a manipulação deve ocorrer por meio de colaboradores capacitados e sob supervisão do farmacêutico, considerando infraestrutura adequada, procedimento operacional padrão, limpeza e sanitização, com controle dos processos e registros envolvidos. Mesmo temperatura, umidade dos ambientes e qualidade da água são supervisionados.
As farmácias também podem enviar amostras a laboratórios externos para verificar concentração de ativos e conformidade com a fórmula prescrita.
“Para substâncias, como hormônios, antibióticos e citostáticos são feitas, obrigatoriamente, análises de teor (quantidade exata do ativo) e uniformidade, em laboratórios credenciados. Além de serem manipulados em cabines específicas, com pressão negativa, para evitar a contaminação cruzada e garantir a segurança do manipulador e do produto final”, explica Karina Soeiro.
Já para substâncias cuja dose eficaz é próxima da tóxica, a farmácia deve, além das análises periódicas, verificar a concentração das diluições e como o medicamento se dissolve, para garantir a qualidade dos produtos sólidos manipulados.
“Ou seja, o processo magistral opera sob rigorosos processos de controle de qualidade e monitoramento, com utilização e respaldo de referências contidas em literaturas oficialmente reconhecidas pela Autoridade Sanitária, os quais trazem informações sobre as doses e indicações dos insumos”, reforça Fiaschetti.
Regras e fiscalizações rigorosas
Apesar da ideia de que medicamentos manipulados seriam menos controlados, o setor é submetido a um conjunto exigente de normas. As farmácias só podem funcionar com licença da Vigilância Sanitária local, que realiza inspeções regulares para verificar se as Boas Práticas de Manipulação de Medicamentos estabelecidas pela Anvisa por meio da RDC 67/2007 estão sendo cumpridas.
Além disso, as farmácias magistrais ainda são supervisionadas por Conselhos de Farmácia e até pela Polícia Federal.
Em nota, a Anvisa diz que desde 2023 vem atuando também na coordenação do Programa de Inspeções em Farmácias com Manipulações de Preparações Estéreis junto com as vigilâncias sanitárias estaduais e municipais oferecendo apoio técnico, operacional e regulatório para reforçar a fiscalização do setor.
“A atuação tem permitido identificar não conformidades relevantes, propor ações corretivas e subsidiar o processo de atualização normativa atualmente em curso”, explica.
Personalização: a maior vantagem dos manipulados
Medicamentos manipulados são indicados quando:
- É preciso uma dose fora do padrão comercial;
- Necessita associação de diferentes princípios ativos em uma única fórmula;
- No caso de alergias ou intolerâncias (a corantes ou lactose, por exemplo);
- É necessário sabor específico, muito comum para crianças;
- É preciso formatos que facilitem a deglutição, para idosos e pessoas com necessidades especiais, por exemplo;
- Se não encontra o princípio ativo desejado no mercado, por descontinuação, por exemplo;
- Nos tratamentos de doenças raras ou negligenciadas, em que não há opções industrializadas ou necessita de uma dose individualizada.
As formas farmacêuticas desses medicamentos são bem variadas, podem ser produzidas em cápsulas, xaropes, gomas mastigáveis, tablete sublingual, filme orodispersível, cremes, géis, supositórios ou pós.
Essa personalização melhora a adesão ao tratamento, reduz o risco de efeitos colaterais ao evitar doses excessivas ou excipientes desnecessários e aumenta a eficácia terapêutica ao considerar características individuais, como idade, peso, metabolismo e condições clínicas específicas.
“Por exemplo, usamos cápsulas incolores para evitar alergias a corantes, e dependendo da forma farmacêutica podemos retirar o conservante, mas aí, muitas vezes, é diminuído o prazo de validade para garantir a conservação”, explica Nilsa Sumie Yamashita Wadt, farmacêutica-bioquímica, doutora em ciências pela USP, professora da Unip (Universidade Paulista) e coordenadora do grupo técnico de trabalho de plantas medicinais e fitoterápicos do CRF-SP.
Vale ressaltar que a retirada do conservante, segundo Karina Soeiro, não interfere na eficácia do medicamento, porque o que determina o efeito terapêutico é o princípio ativo, que permanece inalterado, bem como os excipientes essenciais.
Dicas para escolher com segurança
Mesmo com tantos controles, nem todas as farmácias têm os mesmos padrões de excelência. Por isso, observe os seguintes critérios:
- Verifique se o estabelecimento possui Autorização de Funcionamento da Anvisa (AFE) e alvará sanitário emitido pela vigilância local —documentos obrigatórios que comprovam que o estabelecimento está regularizado e segue as normas técnicas.
- Confirme se há um farmacêutico responsável presente durante todo o horário de atendimento, com registro ativo no CRF (Conselho Regional de Farmácia).
- Evite aquisição de medicamentos manipulados em locais alternativos. “Nunca compre manipulados em marketplaces ou sites de compras que não pertençam a farmácias magistrais”, orienta Fiaschetti
- Licenças, autorizações e certificados devem ficar expostos tanto no estabelecimento como no site da empresa.
- Também é possível checar, segundo a Anvisa, com a vigilância sanitária de sua cidade se o estabelecimento está regular e se possui autorização para trabalhar com produtos de maior risco, como os injetáveis.
O cliente pode contar ainda com o farmacêutico responsável para esclarecer qualquer dúvida, de forma presencial ou remota. “Uma farmácia séria esclarece dúvidas, fornece informações detalhadas sobre as fórmulas e mantém registro documental acessível. Esses cuidados asseguram que o paciente esteja adquirindo medicamentos manipulados com segurança, qualidade e respaldo técnico”, ressalta Soeiro.
Casos de denúncias que envolvam alterações no produto ou irregularidades na empresa devem ser dirigidas às vigilâncias sanitárias locais.
Objetivo
O curso Cálculos Farmacêuticos em Farmácia de Manipulação é realizado dentro da Farmácia de Manipulação Escola do Sincofarma, oferecendo uma experiência prática e completa. Foi desenvolvido para capacitar profissionais e estudantes a realizarem, com segurança, os cálculos essenciais para a manipulação de preparações magistrais, garantindo fórmulas seguras e resultados confiáveis.
- Aprenda a aplicar cálculos com precisão, evitando erros que podem custar caro;
- Garanta segurança e qualidade em cada formulação;
- Conquiste mais confiança, credibilidade e destaque no mercado farmacêutico;
- Aprimore sua prática profissional em um ambiente real de manipulação.
A excelência na manipulação começa pelo cálculo!
Clique aqui e saiba mais sobre o curso!