Farmacêuticas precisarão adaptar seus processos.
As novas normas colocam o Brasil em um seleto grupo de proteção à vida animal nesse segmento, que atualmente conta apenas com Austrália, Coreia do Sul e União Europeia. A China, maior mercado global de beleza, porém, ainda está longe dessa marca, tendo começado a flexibilizar recentemente as regras que determinam a obrigatoriedade de testes em animais.
Proibição de testes em animais obriga farmacêuticas a buscarem alternativas
Para se ater as novas regras e continuar disputando espaço no segmento de pesquisa e desenvolvimento (P&D), as farmacêuticas precisam se adaptar e adotar novas tecnologias. A L’Oréal, por exemplo, utiliza peles criadas artificialmente a partir de células humanas que seriam descartadas como lixo hospitalar.
O processo está disponível no Centro de Pesquisa e Inovação da companhia no Rio de Janeiro, unidade tratada como centro de referência para a atuação global da farmacêutica.
Com instalações na China desde 2018, a L’Oréal afirma que o fim dos testes em animais “sempre foi uma pauta” na empresa. De acordo com Patrick Sabatier, diretor de assuntos institucionais, a companhia atua como intermediadora no país, exercendo um papel de diálogo com os cientistas locais para demonstrar métodos alternativos “livres de crueldade”.
Investimentos em alternativas têm crescido nos últimos anos
Fernando Modé, CEO do Grupo Boticário, revelou que a companhia realiza 55 ensaios alternativos para garantir a eficácia e segurança de seus produtos. Nos últimos cinco anos, ainda segundo o executivo, foram investidos R$ 40 milhões em pesquisas e, até 2030, a expectativa é que os aportes aumentem 20%, levando a pelo menos 70 métodos.Uma nova lei que determina a proibição de testes em animais passou a ser válida no último domingo, dia 31, e pode estabelecer um grande marco no mercado de desenvolvimento de cosméticos no país. As informações são do Valor Econômico.
Embora a busca por métodos alternativos já seja uma tendência no Brasil, considerando que a Natura recebeu a certificação “livre de crueldade” em 2006 e o Grupo Boticário não realiza testes em animais há mais de 20 anos, especialistas avaliam que a medida pode impulsionar em 20% os investimentos nessas práticas.