Sincofarma SP

Alzheimer não tem cura, mas tem tratamento –  Dia Internacional da Doença de Alzheimer

Compartilhe:

Facebook
LinkedIn
WhatsApp

Crônica do Dr. Gustavo Alves que mostra a conscientização da demência.

 

Desde que passei a atuar como pesquisador em doença de Alzheimer, em 2007, muitas mudanças aconteceram, algumas negativas outras positivas, mas sem dúvida alguma passamos a viver um contexto, onde, de alguma forma grande parte das pessoas tomaram conhecimento deste tipo de demência.

 

Portanto, ter uma demência pode não significar ter Alzheimer; mas ter Alzheimer sim, significa ter uma demência!

 

A Doença de Alzheimer é uma das mais de 100 demências identificadas pela ciência, sendo a mais comum dentre todas. As projeções de crescimento do “Alzheimer” pelo mundo são assustadoras, principalmente nos países de média e baixa renda, em suma os países ricos têm conseguido mitigar de alguma forma os riscos, elevando os fatores protetivos. Já as nações mais pobres ou de média economia, como o Brasil, sofrem por apresentarem sérios problemas quanto a alguns indicadores, como a educação, acesso a saúde, alimentação saudável, dentre outros.

 

A Associação brasileira de Alzheimer (ABRAZ) têm realizado levantamentos importantes quanto aos números da demência de Alzheimer. São cerca de 1,2 milhões de casos no Brasil, com maior prevalência para as mulheres, além disso o tempo de vida estimado é de quase 8 anos.

 

Com relação a estes números, sabemos que infelizmente podem não retratar a realidade pois são muitas as subnotificações, já que os sintomas, principalmente no início, podem se confundir com outras doenças, ou mesmo assim a causa de morte, embora associada ao Alzheimer, não descreva este vínculo.

 

 

Muitos avanços ocorreram na última década, com novos métodos diagnósticos bastante assertivos e tratamentos promissores, os quais têm propiciado maior qualidade de vida para as pessoas com Alzheimer.

 

Tem sido possível prorrogar os sintomas e tratar a doença de forma mais precoce.

 

Ainda não existe método que seja capaz de evitar a doença, mas existem estratégias capazes de blindar o cérebro e reduzir substancialmente a possibilidade de desenvolver a doença. Por isso seguem aqui algumas recomendações:

– Alimente-se de forma saudável, evite refrigerantes, evite o uso de açúcar em excesso;

– Controle seu peso, sua pressão arterial e fique de olho em seus níveis glicêmicos (açúcar no sangue);

– Pratique atividades físicas regularmente;

– Procure manter-se sempre próximo aos amigos, familiares ou em atividades em que você esteja no convívio de outras pessoas, não se isole!

– Busque atividades como leitura ou faça algo que seja diferente de sua ocupação principal como aprender um novo idioma, uma nova língua, aprender a tocar um instrumento etc.;

– Diga não ao fumo!

– Evite bebidas alcoólicas em excesso, exerça um controle sobre o consumo dessas bebidas.

– Procure dormir ao menos 8 horas por dia.

– Não se automedique, existem medicamentos que aumentam o risco de declínio cognitivo!

– Se você tem acima de 50 anos de idade, vá ao geriatra uma vez ao ano.

 

Todas as orientações acima poderão variar conforme a sua condição médica!

 

Conduzo atualmente projetos de pesquisa voltados para o diagnóstico e tratamento da doença de Alzheimer, na Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto e na UNICAMP, em Campinas.

 

Tenho dito que o Alzheimer não é uma doença do idoso, mas sim uma doença que se manifesta na pessoa idosa, podendo ter iniciado mais de uma década antes!

 

E lembre-se, Alzheimer não tem cura, mas tem tratamento!

 

Gustavo Alves Andrade dos Santos

Farmacêutico, Doutor em Biotecnologia

Professor na Faculdade de Medicina São Leopoldo MANDIC

Coordenador do grupo técnico de Farmácia Hospitalar do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo.

 

 

Twitter: @gustavofarmacia
Instagram: @gusfarma   Email: gusfarma@hotmail.com

 

Fonte: Sincofarma SP
Foto: Reprodução