A bactéria multirresistente se espalhou pela UTI do Hospital da Criança de Brasília. Segundo a direção, a situação está controlada.
A superbactéria Acinetobacter baumannii (Acineto), que se alastrou pela unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital da Criança de Brasília José de Alencar (HCB), é resistente a diversos antibióticos e causa pneumonia, infecção no trato urinário e até sepse.
A Acineto é classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das três superbactérias mais críticas à saúde no mundo.
A A. baumannii possui moléculas de lipopolissacarídeos (LPS) na membrana externa que dificultam a penetração de antibióticos nela.
As superbactérias são um desafio para a saúde pública, pois apresentam alto grau de resistência aos antibióticos comumente utilizados pelos médicos.
As cepas não respondem aos tratamentos convencionais. O paciente sofre infecções prolongadas, com novas hospitalizações.
HCB
Crianças internadas no HCB foram contaminadas. Segundo famílias de pacientes e profissionais de saúde do hospital, não houve registro de mortes.
A direção do Hospital da Criança confirmou os casos, mas acrescentou que a situação está sob controle, sem novas ocorrências identificadas (leia mais abaixo).
Risco
Segundo profissionais de saúde, crianças em tratamento contra o câncer, recém-operadas ou com imunidade comprometida foram levadas da UTI para enfermarias comuns, sem a estrutura adequada para os cuidados.
Além disso, pacientes infectados teriam sido acomodados no mesmo espaço de crianças sem diagnóstico com a bactéria, algumas delas em cuidados paliativos ou em tratamento de quimioterapia.

Testagem
Segundo a direção Hospital da Criança, a bactéria foi identificada durante processos periódicos de testagem realizados pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da própria instituição.
“Considerando a necessidade de controle regular, foram identificados casos da bactéria Acinetobacter baumannii em pacientes internados em uma de suas UTIs”, informou em nota enviada ao Metrópoles.
De acordo com o hospital, os pacientes infectados não apresentaram consequências clínicas. “Foram adotadas ações de contenção, como o bloqueio da UTI, isolamento dos pacientes com teste positivo e triagem dos demais pacientes”, acrescentou.
Hospital nega mistura de pacientes
A direção do HCB negou a suposta mistura de pacientes contaminados com não-contaminados. Segundo o hospital, imediatamente após a identificação dos casos, foram adotadas ações de contenção, como o bloqueio da UTI, isolamento dos pacientes que testaram positivo e a triagem dos demais pacientes, seguindo as normativas dos órgãos de controle.
“Nenhum paciente com quadro clínico que necessitava de UTI foi direcionado para as enfermarias. Apenas pacientes com quadro clínico estável, que receberam alta da UTI, foram direcionados para a área de coorte, onde permaneceram em isolamento, conforme orientação da Vigilância Sanitária”, garantiu o hospital.
Vigilância Sanitária
O hospital pontuou ainda ter adotado todas as medidas estabelecidas pela Vigilância Sanitária e afirmou ter comunicado a situação aos órgãos competentes e à Secretaria de Saúde do DF tão logo identificou a bactéria na área da UTI.
O HCB é referência no atendimento de casos de doenças graves, crônicas e complexas, recebendo, rotineiramente, pacientes provenientes de outros hospitais.





